Sérgio Guerra, morto em março, teria recebido propina para esvaziar CPI, diz ex-diretor da Petrobras
Estadão
Metade dos brasileiros diz que caso Petrobras influencia no voto
O escândalo na Petrobras, cujas denúncias recaem principalmente sobre o PT, PP e PMDB, tende a influenciar o voto de quase metade dos eleitores brasileiros neste segundo turno, segundo pesquisa do instituto Datafolha. Entre os entrevistados na última sondagem, divulgada quarta-feira, 49% disseram que a denúncia influenciará a escolha, sendo que, para 30%, terá grande influência. Outros 43% declararam que as denúncias de corrupção na estatal não vão orientar sua decisão, e 7% não opinaram sobre o assunto. Para 64%, a presidente Dilma Rousseff, candidata do PT à reeleição, tem responsabilidade no caso.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que criou a CPI da Petrobras em julho de 2009, afirmou que o suposto envolvimento de Guerra não alterou os procedimentos adotados na investigação. “Sobre o Sérgio Guerra, não posso condenar, nem absolver. Se houve esse pagamento, o fato não alterou a condução da CPI”, afirmou. De acordo com ele, que abandonou a comissão juntamente com Guerra em outubro do mesmo ano, o afastamento da investigação aconteceu pela dominação do governo na CPI. “O governo montou uma verdadeira operação de guerra. Requerimentos eram rejeitados, quebra de sigilo era impossível. Nos afastamos antecipadamente para não compactuar com essa farsa”, comentou.
A CPI da Petrobras teve fim no mesmo ano sem que nada concreto tenha sido apurado. Uma nova comissão foi montada em maio deste ano, com membros da Câmara Federal e do Senado. Para Alvaro Dias, a base governista terá o mesmo domínio sobre a nova comissão. “A CPI não conseguiu até agora e nem vai conseguir.” Dias ainda afirmou que, apesar da comissão instaurada não ter tido sucesso, diversas representações com denúncias graves foram protocoladas, como o superfaturamento da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. “A CPI contribuiu pois colocou luz às negociatas”.
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