A denúncia
Segundo a revista Veja, no último dia 24 a presidente Dilma se reuniu com integrantes da cúpula do Ministério dos Transportes no Palácio do Planalto. “Ao lado das ministras Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Miriam Belchior (Planejamento), ela reclamou dos aumentos sucessivos dos custos das obras em rodovias e ferrovias, criticou o descontrole nos aditivos realizados em contratos firmados com empreiteiras e mandou suspender o início de novos projetos. Dilma disse que o Ministério dos Transportes está sem controle, que as obras estão com os preços “inflados” e anunciou uma intervenção na pasta comandada pelo PR — que cobra 4% de propina das empresas prestadoras de serviços”, relata a reportagem publicada no site da Veja.
Segundo a revista, o esquema de pagamento de propina elevou, por exemplo, o orçamento de obras em ferrovias, que passou de 11,9 bilhões de reais, em março de 2010, para 16,4 bilhões neste mês – salto de 38% em pouco mais de um ano.
A cobrança de propina, segundo a revista Veja, seria encabeçada pelo próprio ministro e pelo deputado Valdemar Costa Neto, que em 2005 foi obrigado a renunciar a uma cadeira na Câmara ao se envolver no escândalo do mensalão.
O líder do PPS na Câmara na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), defendeu neste sábado (02/07) o afastamento imediato do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e uma investigação aprofundada da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. O parlamentar exige a punição dos acusados envolvidos em esquema de cobrança de propina para o superfaturamento de obras de rodovias e ferrovias. Reportagem de VEJA desta semana revela que caciques do Partido da República (PR), no qual o ministro é filiado, recebiam dinheiro em troca da aprovação de aditivos em contratos de obras.
Para o líder do partido, apenas o afastamento dos subordinados do ministro, anunciado pela presidente Dilma Rousseff, não é suficiente. “Diante das gravidades das denúncias, a presidente Dilma Rousseff deveria seguir o exemplo do ex-presidente e senador da república, Itamar franco, e afastar o ministro, alé de demitir todos os subordinados envolvidos. É necessário apurar cabalmente todas as denúncias feitas pela revista Veja. Com essa resposta, Dilma daria ao pais a dimensão do cargo que exerce e acabaria definitivamente com o conceito petista de que, por ser companheiro, nada acontece. A medida serviria de exemplo e mostraria aquilo que não deve acontecer em uma gestão pública, quanto mais a federal”, disse Rubens Bueno.
Entre os afastados estão o chefe de gabinete do ministro, Mauro Barbosa, o assessor do ministério, Luiz Tito, o diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antonio Pagot, e o presidente da estatal Valec, José Francisco, o Juquinha.
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