Rubens Valente da Folha
Exemplo de grande obra rodoviária federal que teve o orçamento inicial estourado e é alvo de suspeitas, o anel viário de Maringá (PR) dividiu a cidade em dois, segundo seus críticos –entre eles, políticos do próprio PT.
Concebido há 25 anos, o projeto de um anel que desafogasse o trânsito das vias centrais de Maringá (com 357 mil habitantes) só começou a sair do papel em 2009, quando bairros inteiros já haviam crescido para além do traçado original do contorno.
Assim, a obra passou de solução rodoviária para intervenção urbana, convertendo-se numa espécie de muralha que, em alguns pontos de seus 17,2 km de extensão, lembra o Minhocão de São Paulo.
O traçado obrigará moradores a andarem até 250 metros para atravessar uma passagem subterrânea ou uma passarela. Especialistas estimam que 20% dos 350 mil moradores de Maringá ficarão “do lado de lá” do anel.
“Nós teremos uma trincheira que bloqueia a mobilidade e separa a população”, disse a professora de ciências sociais da Universidade Estadual de Maringá Ana Lúcia Rodrigues, coordenadora do núcleo do Observatório das Metrópoles, que reúne pesquisadores de todo o país.
“O projeto original não foi refeito. Como está, dividiu bairros ao meio”, critica o deputado estadual Ênio Verri (PT), homem de confiança do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, de quem foi chefe-de-gabinete no Ministério do Planejamento entre 2004 e 2006.
A exemplo de outras obras do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), o anel viário de Maringá também teve o seu custo inicial elevado.
O contrato da primeira etapa da construção passou de R$ 142 milhões para R$ 179 milhões. A obra, cujo término era previsto para 2010, continua inacabada.
Ao analisar o anel viário, o Tribunal de Contas da União fez críticas e pediu a suspensão das obras por detectar irregularidades graves, entre elas sobrepreço (orçamento acima do valor necessário) de R$ 10 milhões.
Segundo a assessoria da Sanches Tripoloni, responsável pela obra, a empresa “informou que alguns dos itens mencionados pelo TCU representam alterações do projeto inicialmente proposto, o que reduz o valor da obra”.
A construtora diz que apresentará recurso “em relação aos itens que foram objeto de discordância”.
Exemplo de grande obra rodoviária federal que teve o orçamento inicial estourado e é alvo de suspeitas, o anel viário de Maringá (PR) dividiu a cidade em dois, segundo seus críticos –entre eles, políticos do próprio PT.
Concebido há 25 anos, o projeto de um anel que desafogasse o trânsito das vias centrais de Maringá (com 357 mil habitantes) só começou a sair do papel em 2009, quando bairros inteiros já haviam crescido para além do traçado original do contorno.
Assim, a obra passou de solução rodoviária para intervenção urbana, convertendo-se numa espécie de muralha que, em alguns pontos de seus 17,2 km de extensão, lembra o Minhocão de São Paulo.
O traçado obrigará moradores a andarem até 250 metros para atravessar uma passagem subterrânea ou uma passarela. Especialistas estimam que 20% dos 350 mil moradores de Maringá ficarão “do lado de lá” do anel.
“Nós teremos uma trincheira que bloqueia a mobilidade e separa a população”, disse a professora de ciências sociais da Universidade Estadual de Maringá Ana Lúcia Rodrigues, coordenadora do núcleo do Observatório das Metrópoles, que reúne pesquisadores de todo o país.
“O projeto original não foi refeito. Como está, dividiu bairros ao meio”, critica o deputado estadual Ênio Verri (PT), homem de confiança do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, de quem foi chefe-de-gabinete no Ministério do Planejamento entre 2004 e 2006.
A exemplo de outras obras do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), o anel viário de Maringá também teve o seu custo inicial elevado.
O contrato da primeira etapa da construção passou de R$ 142 milhões para R$ 179 milhões. A obra, cujo término era previsto para 2010, continua inacabada.
Ao analisar o anel viário, o Tribunal de Contas da União fez críticas e pediu a suspensão das obras por detectar irregularidades graves, entre elas sobrepreço (orçamento acima do valor necessário) de R$ 10 milhões.
Segundo a assessoria da Sanches Tripoloni, responsável pela obra, a empresa “informou que alguns dos itens mencionados pelo TCU representam alterações do projeto inicialmente proposto, o que reduz o valor da obra”.
A construtora diz que apresentará recurso “em relação aos itens que foram objeto de discordância”.
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