segunda-feira, 21 de setembro de 2015

MPF diz que dono da Engevix procurou testemunhas da Lava Jato



O Ministério Público Federal (MPF) afirmou nesta segunda-feira (21) que José Antunes Sobrinho, um dos donos da Engevix, preso na 19ª fase da Operação Lava Jato, entrou em contato com testemunhas para alterar a verdade dos fatos.
Segundo o procurador Carlos Fernandes do Santos, Sobrinho realizou pagamentos relacionados a propina, já com a Lava Jato em curso. “Ele fez movimentações em janeiro de 2015, inclusive, quando outro diretor da Engevix estava preso. Isso demonstra o quanto eles não têm limites nas suas operaçoes”, disse Carlos dos Santos.
A 19ª fase foi deflagrada nesta segunda-feira em Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro. Além do mandado de prisão preventiva contra José Antunes Sobrinho, ainda estão em aberto um mandado de prisão temporária contra um lobista, que segundo o MPF, seria o maior operador internacional descoberto pelas investigações da Lava Jato.
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal, não divulgaram o nome deste suposto operador. Apenas disseram que é uma pessoa conhecida. De acordo com o colunista Matheus Leitão este operador seria João Rezende Henriques, lobista ligado ao PMDB. As informações são do G1.
Tanto Sobrinho, quanto Henriques já são réus em ações penais oriundas na Lava Jato que tramitam na primeira instância da Justiça Federal em Curitiba.
Sobrinho responde pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro na mesma ação que envolve o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, referente a 17ª fase. Já Henriques responde por corrupção passiva, lavagem de dinheiro na mesma ação em que Jorge Luiz Zelada, ex-diretor da área Internacional da Petrobras. As acusações partiram da 15ª fase da Lava Jato.
A nova fase
Ao todo, foram 11 mandados judiciais. A atual fase foi batizada de “Nessum Dorma”, que, em português, significa “ninguém dorme”. Os trabalhos desta etapa são considerados avanços de três etapas anteriores – 15ª, 16ª e 17ª, a segundo a PF.
Ainda segundo as investigações, foi verificado que uma das empresas sediadas no Brasil recebeu cerca de R$ 20 milhões, entre 2007 e 2013, de empreiteiras já investigadas na operação. O dinheiro, de acordo com as invetsigações, seria proprina obtida a partir de contratos com a Petrobras.
Em outro foco, de acordo com a PF, cumprem­-se mandados relacionados  à 16ª e 17ª a  partir  de elementos  que apontam  pagamentos  de  vantagens  indevidas  a agentes públicos já investigados.
A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado. Os presos serão levados para a Superintendência da PF, em Curitiba.
O executivo da Engevix é investigado por ter pago R$ 140 milhões de propina da empresa para a Eletronuclear. Sobrinho foi preso em casa, em Florianópolis.
Ele já é réu da Lava Jato e responde pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Ele foi condenado na mesma ação que envolve o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. O ex-ministro responde pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro.

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