quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Uso do FEC para socorrer prefeitura gera controvérsia



A proposta de que parte dos R$ 41 milhões depositados no Fundo Especial da Câmara Municipal (FEC) para construção de uma nova sede ao Poder Legislativo sejam repassados à Prefeitura de Curitiba gerou debate entre os vereadores. A ideia foi sugerida por Valdemir Soares (PRB), nesta terça-feira (3), ao comentar sobre a crise financeira por qual passa o Município, especialmente no custeio do transporte coletivo.

“Por que não fazemos isso, para evitar o caos que está para acontecer na nossa cidade? Já tivemos a greve do transporte e agora passamos por outra na saúde. Esse dinheiro poderia ajudar a pagar essas dívidas e assegurar a manutenção de serviços essenciais à população”, argumentou o vereador.

Na opinião de Soares, a Câmara não deve pensar em construir algo “num momento em que o sistema de transporte está sendo desconstruído”. Ele pediu apoio ao plenário a requerimento que prometeu apresentar formalizando a ideia. “As greves são legítimas, mas a população não poder ficar refém delas. Para mim, faltou habilidade política nestas negociações”, opinou.

A proposta, no entanto, foi combatida pelo 1º secretário da Casa, Pedro Paulo (PT), que encaminhou as bancadas a não assinarem o requerimento. “A despeito dos problemas que a administração enfrenta, os recursos do FEC, oriundos de economia feita pela Câmara, são disciplinados por lei e estão carimbados para a construção de um novo espaço”, salientou. No mesmo tom, argumentou Paulo Salamuni (PV), líder do prefeito na Casa. Ele lembrou que a decisão de “blindar” o fundo foi acatada por todos os vereadores em 2013 e pediu que a lei seja respeitada.

“Achei a proposta maravilhosa”, declarou Chicarelli (PSDC) em apoio a Valdemir Soares.  O vereador também se posicionou contra a construção de uma nova Câmara, afirmando que a opinião pública seria contra a obra e a lei que regulamenta o fundo poderia ser alterada. “Podemos criar um fundo de salvação do transporte coletivo; usar o FEC para salvar o FUC”, disse, referindo-se ao Fundo de Urbanização de Curitiba, mecanismo que recebe parte dos recursos do sistema de transporte.

Chicarelli aproveitou para criticar a administração da URBS e propôs que a gestão do transporte coletivo seja privatizada. “Dinheiro tem, mas está faltando um bom gerenciamento”, concluiu.

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