Pessuti se comprometeu a intermediar o contato entre os médicos e os secretários municipais da Saúde e de Recursos Humanos, Adriano Massuda e Meroujy Cavet, para propor parcerias na divulgação do projeto à população e sua introdução na saúde pública da capital. O argumento é que a prevenção e o diagnóstico precoce levariam à economia de recursos públicos aplicados no tratamento do câncer.
Camargo também sugeriu a implantação de um programa-piloto com os servidores da Prefeitura de Curitiba, para a mensuração dos resultados da aplicação do PreviNeo. “A metodologia tem sido destaque na imprensa. Você pode responder o questionário online em menos de cinco minutos online”, disse Pessuti. “É importante que os vereadores e a sociedade de Curitiba tenham conhecimento sobre essa oportunidade de prevenir o câncer.”
Especialista em medicina preventiva, Camargo alerta que a incidência de câncer está aumentando, devido a fatores como o aumento da expectativa de vida, e “mata cada vez mais”. “A doença hoje é um problema de saúde pública. No mundo, estima-se que até 2030 ultrapasse doenças cardiovasculares na principal causa de mortalidade”, afirmou Oliveira Filho, mastologista e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O médico explicou que o PreviNeo foca dois tipos de prevenção: a primária, para reduzir o número de casos por meio de orientações básicas para uma vida saudável, e a secundária, que é a descoberta de tumores no estágio inicial.
Segundo Oliveira Filho, um tumor de mama detectado no autoexame tem cerca de 2 milímetros e potencial de cura de cerca de 70%. Mas, se descoberto na mamografia, com medida inferior, as chances chegam a 98%. “O questionário é rápido e com ele podemos identificar se a pessoa apresenta ou não risco maior e o que fazer para evitar a doença”, destacou. Curitiba é a terceira capital brasileira com maior incidência de câncer de mama.
“Elaboramos um questionário validado internacionalmente, elencamos os cinco principais tipos de tumores no país (mama, próstata, pulmão, colo do útero e cólon) e conseguimos identificar o risco da pessoa ter câncer”, apontou Camargo. “Muitas foram beneficiadas pelas orientações. Há pessoas nas ruas que têm lesões cancerosas e o diagnóstico precoce faz a diferença entre a vida e a morte. O programa é nacional e gratuito”, completou.
“O diagnóstico tardio é a principal causa da mortalidade por câncer no Brasil”, reforçou o mastologista Oliveira Filho. De acordo com ele, a mortalidade do câncer de mama em países desenvolvidos gira em torno 11%. No Brasil, o índice é de 30%. “O PreviNeo é um trabalho inédito no país. Colocaria Curitiba como referência nacional na prevenção”, defendeu.
Segundo os médicos, dez mil pessoas já se cadastraram. O questionário leva em consideração itens como fatores de risco, histórico familiar e exames preventivos. Após a geração de um relatório, os dados são avaliados por médicos e a pessoa é contatada dentro de até sete dias, por uma equipe de enfermagem.
Também participaram do debate a presidente da Comissão de Saúde, Bem-Estar Social e Esporte da Câmara, Noemia Rocha (PMDB), e os vereadores Carla Pimentel (PSC), Colpani (PSB), Julieta Reis (DEM), Rogério Campos (PSC), Tito Zeglin (PDT) e Valdemir Soares (PRB).
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