Presidente da CPI tem 25 anos e foi financiado por empresas que vai investigar
Hugo Motta foi indicado à CPI pelo líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ).
O líder do PMDB na Câmara,
deputado Leonardo Picciani (RJ), anunciou nesta segunda-feira, 23, que o
partido ficará com a presidência da CPI da Petrobras e o nome indicado
para o cargo é o do deputado Hugo Motta (PMDB-PB). Ele tem apenas 25
anos de idade e recebeu financiamentos eleitorais de empresas que a
comissão deve investigar.
Hugo Motta teve R$ 455 mil (61%) dos R$ 742 mil de sua campanha
custeados indiretamente por duas empreiteiras suspeitas. Foram R$ 255
mil da Andrade Gutierrez, via diretórios estadual e nacional do PMDB e
por um repasse da campanha do candidato a deputado estadual Nabor
Wanderley Nóbrega Filho (PMDB-PB). Outros R$ 200 mil vieram da
Odebrecht, repassados a Motta pela direção nacional do PMDB. A maioria
das doações foi feita de forma indireta: as empresas doaram para
partidos e outros candidatos, que repassaram os recursos para os
deputados ou custearam peças publicitárias conjuntas. A manobra é legal.
A CPI inicia as atividades nessa
quinta-feira, 26, com a indicação dos partidos para as demais cadeiras
do colegiado e da mesa. A tendência é que a vice-presidência fique com o
PSDB e a relatoria, com o PT. Os nomes que circulam para os respectivos
cargos são o do ex-líder Antonio Imbassahy (PSDB-BA) e do ex-ministro
de Relações Institucionais Luiz Sérgio (PT-RJ).
"Está definido que a presidência será do
deputado Hugo Motta. Queremos a presidência para ditar o ritmo da CPI e
que ele seja célere porque interessa à sociedade. A Petrobras está
sangrando a cada dia", afirmou Picciani. Além de Motta, por parte do
PMDB também deverão compor o colegiado os deputados Edio Lopes (RR),
Lelo Coimbra (ES), Darcísio Perondi (RS) e Celso Pansera (RJ). Um quinto
nome ainda deve ser definido até terça-feira, 24.
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