Em
audiência pública nesta segunda-feira (9), na Câmara Municipal de
Curitiba, o presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis do
Estado do Paraná (Sinclapol) disse que eles não farão mais a escolta de
presos. Segundo André Gutierrez, um ofício referente à decisão será
encaminhado ao delegado-geral da corporação, Riad Braga Farhat, e à
Polícia Militar, dentre outras instituições.
“O problema não é novo. Temos ação civil pública quanto à guarda de presos”, disse, em referência à morte do superintendente da Delegacia de Campo Largo, Marcos Gogola, na última quinta-feira (5), quando escoltava um preso ao dentista. Dados apresentados pelo Sinclapol indicam que as delegacias abrigam 10,5 mil presos, mas teriam vaga para 2 mil. “Há policiais civis nomeados que jamais trabalharam na investigação. Existe uma ilegalidade constante nas delegacias”, afirmou Gutierrez.
O
presidente da Comissão de Direitos Humanos, Defesa da Cidadania e
Segurança Pública da Câmara Municipal, vereador Chico do Uberaba (PMN),
destacou que o objetivo do debate na Casa nesta segunda-feira é elaborar
a Carta de Curitiba, um pacto que será encaminhado às autoridades
competentes. Ele declarou que Gogola foi “brutalmente morto no
cumprimento de sua disfunção”.
André
Gutierrez destacou a presença dos agentes penitenciários na audiência
pública e disse que, para resolver o problema, são necessárias mudanças
estruturais. “Precisamos de mais presídios, mais agentes, pessoal para a
escolta de presos”, exemplificou. Ele também criticou, dentre outras
questões, o posicionamento da secretária estadual da Justiça, Maria
Tereza Uille Gomes, e do Ministério Público do Paraná (MP-PR) quanto aos
pedidos referentes à “guarda irregular” dos presos. “A Lei de Execução
Penal não é cumprida no Paraná”, completou.
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