quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Comportamento dos acumuladores é discutido por especialistas de diversas áreas


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Secretaria de saúde discute política pública para tratar acumuladores de animais 
 
Somente este ano, a Vigilância Sanitária de Curitiba recebeu mais de 80 denúncias sobre acumuladores em Curitiba. A estimativa das autoridades é que o número de pessoas com este tipo de transtorno seja muito maior. Esse tipo de comportamento leva pessoas a acumular objetos sem valor ou animais, na maioria gatos e cachorros.
Para discutir o problema, a Secretaria Municipal da Saúde realizou um seminário para profissionais da Vigilância Sanitária, Saúde Mental e Ambiental sobre os acumuladores, nesta terça-feira (17), no Auditório do Mercado Municipal. Realizado em conjunto com a Secretaria do Meio Ambiente, Fundação de Ação Social (FAS) e Universidade Federal do Paraná (UFPR), o encontro discutiu estratégias de tratamento para as pessoas que sofrem deste transtorno.
O seminário foi aberto pelo secretário municipal de Saúde, Adriano Massuda, os diretores do Centro de Saúde Ambiental da Secretaria da Saúde, Luiz Armando Erthal, de Saúde Mental, Marcelo Kimati, e do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Alexander WelkerBiondo.
“É uma questão complexa e que precisa de uma solução que não se resume apenas à limpeza urbana. Por isso a importância de envolver todos esses órgãos e tratar o problema com a importância e complexidade que ele possui. Não podemos mais agir como se ele não existisse”, afirmou Massuda.
Segundo Erthal, o assunto nunca foi tratado com a atenção que merece. “Hoje estamos dando o primeiro passo para entender o problema. Depois vamos capacitar as agentes comunitárias e, no próximo mês, iniciarmos um processo de busca desses acumuladores junto às unidades de saúde”, explicou. Ele ressalta a importância de se distinguir o acumulador, que agrega objetos sem valor, do colecionador, que adquire coisas com valor econômico ou sentimental agregado.
Biondo contou que identificar um acumulador de animais nem sempre é uma questão simples, já que uma pessoa com dois cachorros pode ser uma acumuladora. “Na maioria das vezes, os acumuladores têm dezenas e até centenas de cachorros ou gatos em casa e o que os diferencia dos protetores de animais é que eles não cuidam, e às vezes nem alimentam os bichos. Quando esses animais são resgatados, apresentam quadros graves de desnutrição e doenças, morrendo muitas vezes durante o transporte”, conta.
“Temos de tratar essas pessoas com a mesma complexidade que tratamos os outros transtornos mentais. Elas precisam ser cuidadas porque, na maioria das vezes, a doença se desenvolve a partir da solidão ou de alguma grande perda”, disse Kimati.

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