A
quadrilha desarticulada pela Polícia Federal, através da Operação
Miqueias, deixou um rastro de prejuízos em 15 municípios e um rombo de
pelo menos R$ 50 milhões em entidades previdenciárias. O golpe coloca em
risco o pagamento de aposentadoria de 40 mil servidores públicos. A
investigação da Polícia Federal descobriu que, corrompidos por promessas
de dinheiro fácil e impunidade, prefeitos e gestores públicos
colaboraram com o esquema coordenado em Brasília. De acordo com o
esquema fraudulento, quando as prefeituras aceitavam aplicar recursos em
produtos financeiros escolhidos pelo bando criminoso, os agentes
públicos ganhavam uma comissão que variava de 10% a 20% do valor
aplicado. Lobistas atuavam no esquema como intermediários. A quadrilha,
com a ajuda de uma ou mais corretoras, criou Fundos de Investimento em
Direitos Creditórios, uma modalidade de aplicação composta por papéis de
empresas em recuperação judicial e dívidas a receber, mas que nunca
serão quitadas. As entidades previdenciárias, que deveriam zelar pela
aposentadoria dos servidores, aplicavam parte do patrimônio nesses
fundos. Uma fatia do dinheiro voltava para o prefeito e para o gestor da
instituição em forma de suborno. Outra parte bancava os luxos e a
manutenção da quadrilha, que têm como supostos líderes o doleiro Fayed
Trabouli e o policial civil aposentado Marcelo Toledo.
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