O
médico Carlos Jorge Cury Mansilla, acusado por pelo menos 15 pacientes
de erro médico durante cirurgias plásticas, foi indiciado na tarde desta
quarta-feira (27), no 1º Distrito Integrado de Policia (DIP), no
Centro. Desde o ano passado, as denúncias contra ele têm se tornado
frenquentes, quando uma das vítimas começou a fazer mobilizações contra
ele na Internet, via redes sociais.
O
Ministério da Saúde selecionou para o programa Mais Médicos um
profissional suspeito de ter mutilado e causado lesões corporais em pelo
menos 15 mulheres em Manaus. Ex-deputado federal, Carlos Jorge Cury
Mansilla, 56 anos, começa a trabalhar hoje em um posto de saúde no
município de Águas Lindas de Goiás (GO).
O
Ministério da Saúde selecionou para o programa Mais Médicos um
profissional suspeito de ter mutilado e causado lesões corporais em pelo
menos 15 mulheres em Manaus. Ex-deputado federal, Carlos Jorge Cury Mansilla, 56 anos, começa a trabalhar hoje em um posto de saúde no município de Águas Lindas de Goiás (GO).
Até o momento, foram concluídos 15 inquéritos policiais no Amazonas. Segundo o delegado Mariolino Brito, as vítimas sofreram sequelas físicas e mentais, após passarem por procedimentos cirúrgicos com Mansilla. O próprio médico assume não ter especialidade médica em cirurgia. Entretanto, conta que trabalhou por 28 anos como cirurgião-geral do Hospital Regional de Guajará-Mirim, em Rondônia, e já realizou cerca de 20 mil operações. “No interior do Norte, minha filha, nós somos especializados em tudologia”, afirmou ontem ao Correio.
As pacientes procuraram o médico para realizar cirurgias estéticas. Celiane Eduardo Santos foi uma das mulheres que entraram na Justiça pedindo indenização de R$ 108.690 por danos causados em uma cirurgia de redução das mamas. “Eu tive de realizar três procedimentos. No primeiro, eu não fiquei com o tamanho do seio que tínhamos acertado. Tentamos mais uma vez e não deu certo.
Na última, ele já me atendeu muito mal e senti muita dor na anestesia, que ele mesmo aplicou”, conta.No
fim de julho deste ano, o Conselho Regional de Medicina do Estado do
Amazonas (Cremam) interditou o registro de Mansilla. A partir daí, o
médico ficou proibido de exercer a profissão por seis meses em qualquer
lugar do Brasil. “É um absurdo um profissional realizar cirurgias sem
que tenha especialização”, critica o presidente do Cremam, Jefferson
Jezini. O médico também está certificado em Rondônia. Lá, Mansilla já
havia sofrido suspensão da certidão por 30 dias, pois contou com a ajuda
de um anestesista sem registro no Conselho Regional de Medicina (CRM)
durante um procedimento.
Carlos Mansilla afirma que é inocente. “Até hoje não existe um laudo que confirme as acusações.” Para o médico, as mulheres fizeram denúncias, pois ficaram insatisfeitas com o resultado. O delegado Mariolino Brito conta que a maioria das vítimas passou por exames de delito e sofreram sequelas irreversíveis. “Algumas mulheres chegaram a ser mutiladas. As vítimas sofreram lesões nos seios, abdômen, barriga, bumbum”, detalha. Em janeiro deste ano, a polícia civil de Manaus chegou a pedir a prisão preventiva de Mansilla, porém, com um salvo-conduto, expedido pelo juiz da 8ª Vara Criminal, o médico escapou de ficar preso.
Chance
Segundo
Mansilla, a decisão de se inscrever no Mais Médicos foi para ter uma
nova chance na profissão. O suspeito alega perseguição de colegas e diz
que nem chegou a ser ouvido pelo Cremam. “Eu nunca vou deixar de ser
médico. Por que eu não posso trabalhar sem CRM, se os cubanos,
paraguaios, bolivianos podem?”, reclamou. Cury também exerceu o cargo de
deputado federal, como suplente, pelo PPB (RO), entre 22 de abril e 8
de setembro de 1999, e de secretário de Saúde de Guajará-Mirim, em abril
do mesmo ano.
Inscrições irregulares
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