Do site de VEJA
Apesar de condenado no julgamento do mensalão a 7 anos e 10 meses de prisão, pena que cumpre no Distrito Federal, o ex-deputado Valdemar Costa Neto não se afastou da política.
Pelo contrário: autorizado a trabalhar pela Justiça, o ex-presidente do PR, que cumpre pena no regime semiaberto, recebe membros da sigla para discutir as movimentações do partido. É o que informa reportagem publicada na edição desta terça-feira do jornal Folha de S. Paulo.
Costa Neto, aliás, não é o único a burlar as regras que deveriam seguir os presos autorizados a trabalhar. O jornal flagrou também ‘escapadinhas’ de Bispo Rodrigues (condenado a 6 anos e 3 meses) e Jacinto Lamas (condenado a 5 anos).
Costa Neto foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele era presidente do PL (atual PR) e foi acusado de receber mais de 8 milhões de reais do esquema em troca de apoio do partido no Congresso Nacional. Em 2006, foi eleito deputado federal e, em 2010, reeleito. Ao ser preso, em dezembro, renunciou ao mandato.
O ex-deputado dá expediente como gerente administrativo em um restaurante industrial em Brasília. Mas aproveita as horas longe da cadeia para receber figuras como o líder do PR, Bernardo Santana (MG) e o deputado Vinicius Gurgel (PR-AP). Um dos temas tratados durante o encontro com companheiros de legenda foi como a sigla iria se posicionar diante do blocão, o grupo de deputados aliados que se rebelou contra o governo. À época da reunião, o PR negociava também um espaço na reforma ministerial que foi feita pela presidente Dilma Rousseff.
Um dia antes de receber os membros do partido, Valdemar foi a uma consulta médica em um centro comercial. Para tanto, tinha autorização da chefia do presídio. Ao deixar o local, no fim da tarde, o carro em que o mensaleiro estava aproveitou para passar no “drive-thru” do McDonald’s, distante cerca de 19 quilômetros do restaurante onde Valdemar trabalha.
De acordo com as normas do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, o trabalho para presos em regime semiaberto deve ocorrer exclusivamente dentro da empresa, “sob fiscalização direta do empregador ou responsável indicado” e “excepcionalmente o sentenciado poderá se deslocar do local de trabalho até cem metros, durante o horário de almoço para fazer suas refeições”.
Já Lamas aproveitou para passar na paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, na Asa Norte, região central de Brasília, antes de chegar ao trabalho. O ex-tesoureiro do PR ainda aproveitou para fazer caminhadas em frente ao prédio que abriga o escritório onde trabalha e recebeu a mulher no estacionamento do centro comercial. Bispo Rodrigues aproveitou as horas livre para visitar uma rádio ligada à Igreja Universal, segundo o jornal.
O diretor do Centro de Progressão Penitenciária, Carlos Henrique Gomes Lima, afirmou ao jornal que a lei não permite as “escapadinhas” dos condenados.
“A autorização é para ir trabalhar e voltar. Qualquer outra movimentação precisa de autorização”. A solicitação para atividades excepcionais ou até para desvio de percurso entre a cadeia e o local de trabalho precisa ser feita à direção do presídio ou diretamente à Vara de Execuções Penais.
Comentário do blog
Como é que o juiz de Direito Bruno Silva Ribeiro, titular da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, pode fiscalizar esse tipo de coisa se ele, encarregado do acompanhamento do cumprimento de penas dos mensaleiros pelo presidente do Supremo Tribunal, ministro Joaquim Barbosa, está sendo objeto de um “procedimento investigativo” por parte da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Distrito Federal justamente por tentar coibir as regalias recebidas pelos mensaleiros?
A abertura da investigação, como já comentei em post anterior, ocorreu após o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), ter respondido a um questionamento do próprio juiz sobre privilégios que seu governo vem propiciando a mensaleiros, principalmente ao ex-ministro José Dirceu e ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
O governador Agnelo Queiroz ficou ofendidinho porque o juiz se dirigiu diretamente a ele, indagando — A PEDIDO DO MINISTÉRIO PÚBLICO — sobre regalias e mordomias que mensaleiros graúdos do PT estariam recebendo na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal.
E é notória a influência, digamos assim, que os governadores do DF têm sobre o Tribunal de Justiça local.
Assim, o juiz que tenta cumprir seu dever vem sendo espremido pelo Tribunal — e os mensaleiros, como mostrou a Folha, estão se espalhando e zombando do Supremo.
Apesar de condenado no julgamento do mensalão a 7 anos e 10 meses de prisão, pena que cumpre no Distrito Federal, o ex-deputado Valdemar Costa Neto não se afastou da política.
Pelo contrário: autorizado a trabalhar pela Justiça, o ex-presidente do PR, que cumpre pena no regime semiaberto, recebe membros da sigla para discutir as movimentações do partido. É o que informa reportagem publicada na edição desta terça-feira do jornal Folha de S. Paulo.
Costa Neto, aliás, não é o único a burlar as regras que deveriam seguir os presos autorizados a trabalhar. O jornal flagrou também ‘escapadinhas’ de Bispo Rodrigues (condenado a 6 anos e 3 meses) e Jacinto Lamas (condenado a 5 anos).
Costa Neto foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele era presidente do PL (atual PR) e foi acusado de receber mais de 8 milhões de reais do esquema em troca de apoio do partido no Congresso Nacional. Em 2006, foi eleito deputado federal e, em 2010, reeleito. Ao ser preso, em dezembro, renunciou ao mandato.
O ex-deputado dá expediente como gerente administrativo em um restaurante industrial em Brasília. Mas aproveita as horas longe da cadeia para receber figuras como o líder do PR, Bernardo Santana (MG) e o deputado Vinicius Gurgel (PR-AP). Um dos temas tratados durante o encontro com companheiros de legenda foi como a sigla iria se posicionar diante do blocão, o grupo de deputados aliados que se rebelou contra o governo. À época da reunião, o PR negociava também um espaço na reforma ministerial que foi feita pela presidente Dilma Rousseff.
Um dia antes de receber os membros do partido, Valdemar foi a uma consulta médica em um centro comercial. Para tanto, tinha autorização da chefia do presídio. Ao deixar o local, no fim da tarde, o carro em que o mensaleiro estava aproveitou para passar no “drive-thru” do McDonald’s, distante cerca de 19 quilômetros do restaurante onde Valdemar trabalha.
De acordo com as normas do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, o trabalho para presos em regime semiaberto deve ocorrer exclusivamente dentro da empresa, “sob fiscalização direta do empregador ou responsável indicado” e “excepcionalmente o sentenciado poderá se deslocar do local de trabalho até cem metros, durante o horário de almoço para fazer suas refeições”.
Já Lamas aproveitou para passar na paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, na Asa Norte, região central de Brasília, antes de chegar ao trabalho. O ex-tesoureiro do PR ainda aproveitou para fazer caminhadas em frente ao prédio que abriga o escritório onde trabalha e recebeu a mulher no estacionamento do centro comercial. Bispo Rodrigues aproveitou as horas livre para visitar uma rádio ligada à Igreja Universal, segundo o jornal.
O diretor do Centro de Progressão Penitenciária, Carlos Henrique Gomes Lima, afirmou ao jornal que a lei não permite as “escapadinhas” dos condenados.
“A autorização é para ir trabalhar e voltar. Qualquer outra movimentação precisa de autorização”. A solicitação para atividades excepcionais ou até para desvio de percurso entre a cadeia e o local de trabalho precisa ser feita à direção do presídio ou diretamente à Vara de Execuções Penais.
Comentário do blog
Como é que o juiz de Direito Bruno Silva Ribeiro, titular da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, pode fiscalizar esse tipo de coisa se ele, encarregado do acompanhamento do cumprimento de penas dos mensaleiros pelo presidente do Supremo Tribunal, ministro Joaquim Barbosa, está sendo objeto de um “procedimento investigativo” por parte da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Distrito Federal justamente por tentar coibir as regalias recebidas pelos mensaleiros?
A abertura da investigação, como já comentei em post anterior, ocorreu após o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), ter respondido a um questionamento do próprio juiz sobre privilégios que seu governo vem propiciando a mensaleiros, principalmente ao ex-ministro José Dirceu e ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
O governador Agnelo Queiroz ficou ofendidinho porque o juiz se dirigiu diretamente a ele, indagando — A PEDIDO DO MINISTÉRIO PÚBLICO — sobre regalias e mordomias que mensaleiros graúdos do PT estariam recebendo na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal.
E é notória a influência, digamos assim, que os governadores do DF têm sobre o Tribunal de Justiça local.
Assim, o juiz que tenta cumprir seu dever vem sendo espremido pelo Tribunal — e os mensaleiros, como mostrou a Folha, estão se espalhando e zombando do Supremo.
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