Pô, vou
mudar de profissão, hehe, e comprar uma bola de cristal. Os porcos vão
dizer que é tudo coisa da “imprensa golpista”… Na noite desta quarta,
publiquei um post em que se lia o seguinte:
Pois é…
Vieram a
público gravações feitas pela Polícia Federal que evidenciam que
Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde e pré-candidato do PT ao governo
de São Paulo, indicou um diretor do laboratório-fachada Labogen, que
pertence ao doleiro Alberto Youssef. Trata-se de Marcus Cezar Ferreira
da Silva, que já foi, ora vejam!, assessor parlamentar de um fundo de
pensão controlado pelo PT e executivo da pasta então comandada por
Padilha. O mais curioso é que o deputado petista André Vargas (PR),
aquele, é quem anuncia ao doleiro o futuro diretor, deixando claro
tratar-se de uma indicação do então ministro. Vocês entenderam direito:
aquele que, em tese, seria o futuro patrão de Cezar Ferreira da Silva,
Youssef, nem conhecia aquele que seria seu funcionário. Tratava-se de
uma escolha pessoal de Padilha. Eu estou enganado ou quem decide, no fim
das contas, é o chefe, seja lá do que for?
Vamos nos
lembrar. O Labogen, que nunca havia produzido um comprimido, tinha
conseguido fechar um contrato com o Ministério da Saúde no valor de R$
31 milhões para o fornecimento de citrato de sildenafila, o princípio
ativo do Viagra, remédio também indicado para combater a pressão alta
pulmonar. Havia entendimentos para a produção de outras substâncias que
chegavam a R$ 150 milhões. Tão logo Youssef foi preso e o caso veio à
luz, o Ministério da Saúde anunciou a suspensão do contrato e uma
sindicância. Padilha, até havia pouco, se comportava como se não tivesse
nada com isso. A interlocutores, Vargas já tinha dado a entender que
sabia de fatos que poderiam comprometer o agora pré-candidato petista.
Também o
deputado petista Cândido Vaccarezza se enrola um pouco mais. A troca de
mensagens deixa claro que recebeu em sua casa, para uma reunião, o
doleiro Youssef, Vargas e Pedro Paulo Leoni Ramos, ex-ministro de Collor
e sócio oculto do Labogen. Por quê? Ele diz ser apenas amizade. A coisa
vai mais longe e evidencia que Vargas também abriu para o doleiro as
portas do Fundo de Pensão da Caixa Econômica Federal. Em nota, como era
de esperar, Padilha negou que tenha feito a indicação de Cezar Ferreira
da Silva, que já foi executivo da área de eventos do Ministério da
Saúde.
Dizer o
quê? O mundo petista é uma espécie de realidade paralela, em que as
coincidências acontecem com uma frequência, também ela, escandalosa. Se
bem se lembram, as primeiras conversas que vieram a público entre Vargas
e Youssef diziam respeito justamente ao agendamento de uma reunião com
um executivo da pasta para que o Labogen obtivesse o sinal verde do
órgão federal para a produção de remédio.
Ninguém
nunca acreditou que o Ministério da Saúde fosse, assim, a casa da mãe
joana, com a qual uma biboca qualquer faz contrato. A conversa de Vargas
com Youssef faz supor que, de fato, não é assim. Convenham: o papo
sugere que o então ministro estava no controle.
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