quarta-feira, 27 de março de 2013

Ministério Público vai apurar gastos de comitiva presidencial em Roma

Folha de São Paulo

O Ministério Público Federal instaurou, nesta terça-feira, um inquérito civil para investigar o custo da viagem e o tamanho da comitiva presidencial que viajou a Roma, para missa inaugural do pontificado do papa Francisco.
De acordo com o documento, o inquérito pretende apurar "eventuais irregularidades, em especial aos gastos e ao número de integrantes da comitiva".
Segundo matéria publicada no site da Folha no último dia 20, a comitiva da presidente ocupou 52 quartos de hotel --sendo 30 no hotel Westin Excelsior, na Via Veneto, um dos endereços mais sofisticados de Roma-- e usou 17 veículos.
O documento afirma que o aluguel de 52 quartos "ainda que por comitiva presidencial configura, ao menos em tese, extravagância e constitui indícios de irregularidades envolvendo gastos desmedidos".
O despacho, que foi encaminhado à Secretaria-Geral da Presidência da República pede que sejam esclarecidas as presenças de cada integrante e a função que cada um deles desempenhou na comitiva, "para apurar se não viajaram por mero deleite e turismo".
Também deverão ser informados ao Ministério o custo final da viagem, incluindo despesas com hotel, alimentação e transporte, qual foi o número de quartos de hotel e veículos locados e quais os critérios para a escolha das locações.
PRESIDÊNCIA
Na dia 21, a Presidência da República disse à Folha que a viagem de Dilma Rousseff à Itália envolveu o aluguel de 51 quartos de hotel. Apenas com hospedagem, o governo federal gastou 125,99 mil euros, ou o equivalente a R$ 324 mil.
Para a Presidência nem os gastos nem a estrutura mobilizada fogem da rotina de viagens internacionais de Dilma.
"As questões logísticas da visita presidencial a Roma realizada entre 16 e 20 de março corrente não representam qualquer inovação em relação às visitas internacionais anteriores dos presidentes da República Federativa do Brasil", informou a Secretaria de Imprensa da Presidência.
Apesar de não ter informado o número exato da comitiva, a Presidência esclareceu que a composição foi "padrão", com profissionais de segurança, comunicação, cerimonial, apoio à imprensa, saúde, interpretação e tripulação.

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