O PCC
(Primeiro Comando da Capital) infiltrou integrantes em cursos que ensinam a
manusear explosivos, realizados em pedreiras do Estado de São Paulo. A
informação consta de investigações da Polícia Federal e do setor de
inteligência do Exército.
Os
documentos, sigilosos, informam que o objetivo da facção é aumentar a eficácia
de suas ações em explosões de caixas eletrônicos.
Suspeita-se,
no entanto, que a técnica também possa ser usada pelos criminosos para atacar
policiais.
O
treinamento para o uso de explosivos pode estar sendo feito por membros do PCC
há, pelo menos, quatro anos.
HISTÓRICO
A
Polícia Civil de São Paulo chegou a investigar, em 2008, essa prática da
facção.
A
apuração parou porque, na época, os policiais não tinham o acesso ao sistema
que permite a pesquisa sobre os sócios das empresas que ministram os cursos
-chamados de "blasters" ou de "cabo de fogo".
A
equipe de policiais produziu, então, um documento e encaminhou à Secretaria da
Segurança Pública do governo de São Paulo.
O
relatório mostra que de 145 inscritos nos cursos de manipulação de explosivos
em pedreiras 13 tinham ficha na polícia por tráfico de drogas e por roubo.
A
Polícia Federal retomou o levantamento e trocou informações com o Exército.
ROUBOS
A
preocupação cresceu com os constantes roubos de explosivos no Estado.
Neste
ano, pouco mais de uma tonelada de dinamite foi levada por assaltantes em São
Paulo.
Não há
notícias de que esses explosivos tenham sido recuperados.
Em
2010, mais uma tonelada foi roubada, além de 11 quilômetros de pavio e 568
espoletas, responsáveis por acionar a detonação da dinamite em gel.
A
suspeita é de que os explosivos estejam sendo enviados também para outros
Estados do país.
Nos
cursos, os criminosos se aproveitariam da falta de controle das pedreiras que
permitem a inscrição de qualquer pessoa.
FALTA
DE CONTROLE
Das 160
pedreiras que existem em São Paulo, só metade segue uma série de determinações
do Exército.
Entre as
exigências estão o controle sobre quem são os alunos que se inscrevem.
"Temos
um controle sobre nossos associados, mas há outras pedreiras, menores, que
podem não estar seguindo essas regras de segurança. Aí, a gente não pode fazer
muita coisa", afirmou Osni de Mello, assessor técnico do Sindipedras
(Sindicato de Indústria de Mineração e Pedra Britada de São Paulo).
Oficialmente,
a Comunicação Social da Região Militar, responsável pelo Estado de São Paulo,
informou não possuir informação de que o PCC infiltre pessoas em cursos de
explosivos em pedreiras.
Declarou
ainda que a Polícia Federal levanta a ficha criminal das pessoas inscritas
nestes cursos.
A
Polícia Federal não comentou o assunto.
SUL DE
MINAS
Analistas
da PF investigam o ataque ao Batalhão da Polícia Militar, na semana passada, em
Campo Belo, sul de Minas Gerais.
As
informações indicam que a facção recrutou jovens para atacar a PM.
Vários
carros de policiais, estacionados no pátio do batalhão, foram atingidos.
A
Polícia Militar de Minas Gerais se referiu à ação em Campo Belo como
"ataque do tráfico", mas não citou o Primeiro Comando da Capital.
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