O Instituto de Criminalística do Paraná reabriu o Laboratório de Hipnose Forense, o único da América Latina especializado no uso desta técnica para colaborar com a investigação de crimes. O serviço foi inaugurado em setembro de 1998 e funcionou até outubro de 2008, quando foi desativado. Agora, foi reaberto para melhorar a solução de inquéritos criminais.
A reativação do laboratório faz parte das medidas de reestruturação e valorização dos institutos de Criminalística e Médico Legal incluídas no Programa Paraná Seguro, que visa reduzir a criminalidade e melhorar a eficácia da ação policial. De acordo com o secretário da Segurança Pública, Reinaldo de Almeida Cesar, essas unidades são fundamentais para a solução de crimes e consequente punição dos culpados.
A hipnose é feita com vítimas ou testemunhas de crimes como estupro, homicídio, atropelamentos, assaltos e sequestros, desde que elas concordem com o procedimento. A técnica é utilizada em casos de trauma psicológico – chamado transtorno de estresse pós-traumático –, que provoca amnésia parcial ou total do momento do crime. Quando técnicos do Instituto de Criminalística ou delegados percebem dificuldade de a vítima descrever o crime ou criminoso, eles a encaminham ao laboratório.
O diretor do Instituto de Criminalística, Antônio Vaz de Siqueira, explica que algumas pessoas bloqueiam mentalmente os acontecimentos. A hipnose ajuda a lembrá-los e permite às vítimas colaborar na construção de um retrato falado, por exemplo. “A vítima deve concordar em participar da hipnose e, quando for adolescente, deve ter a autorização dos pais”, explicou.
O laboratório está instalado em sala acústica, à prova de ruídos, construída na sede do Instituto de Criminalística. Ao lado, há uma sala espelhada, onde familiares da vítima e policiais acompanham o procedimento.
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