União trava empréstimos de US$ 500 milhões ao Paraná
Gazeta do Povo
Brunno Covello/Gazeta do Povo/ArquivoInvestimentos do programa Paraná Seguro foram afetados.investimentos
Tesouro Nacional suspende financiamentos do BID. Verba seria usada na segurança, infraestrutura e transportes
Luis Lomba,especial para a Gazeta do Povo
O governo do Paraná terá de adiar investimentos de US$ 500 milhões
que seriam feitos neste ano com financiamentos do Banco Interamericano
de Desenvolvimento (BID), nas áreas de segurança, infraestrutura e
transportes. Os empréstimos estão suspensos por determinação do Tesouro
Nacional, que vai avaliar a situação das contas do governo paranaense
antes de garantir o aval necessário para esses empréstimos.
“A medida do Tesouro inclui seis estados e nove municípios
brasileiros, suspendendo empréstimos no valor total de US$ 2,03
bilhões”, explica Mauro Corbellin, coordenador de Desenvolvimento
Governamental da Secretaria de Estado do Planejamento.
O Paraná teve travados três projetos de financiamento. O maior deles,
no valor de US$ 300 milhões, financiaria o programa de Infraestrutura e
Logística de Transportes, destinado a melhorar estradas e sistemas de
movimentação de cargas. A suspensão dos empréstimos afetou também o
programa Paraná Urbano, que apoia a realização de obras nos municípios. O
governo paranaense havia solicitado US$ 150 milhões ao BID e agora vai
ter de esperar. Outra área prejudicada é a segurança pública, que teria
US$ 62,7 milhões para aplicar na redução da criminalidade e da violência
na Região Metropolitana de Curitiba e na Tríplice Fronteira, com o
programa Paraná Seguro.
Além do Paraná, a suspensão dos financiamentos internacionais afeta
São Paulo, Mato Grosso, Paraíba, Distrito Federal e Amazonas. “O Tesouro
quer analisar detalhadamente a situação das contas de cada estado e
prefeitura [nenhuma do Paraná]. A concessão do aval a esses empréstimos
depende também do superávit primário obtido pelo governo federal”, diz
Corbelinni. Segundo ele, os financiamentos estão suspensos
momentaneamente, não cancelados. “Com o miserê nas contas federais,
provavelmente esse ano não sai nada”, avalia.
Corbellin informa que o governo paranaense está buscando alternativas
para ter acesso aos recursos que viriam do BID. “Nós vamos dar um
jeito. Como há muitos projetos de outros estados parados, podemos
conseguir remanejamentos de recursos do governo federal”, diz.
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