Junte-se a essa elevação de temperatura no Senado a iniciativa do ministro Gilmar Mendes, no Tribunal Superior Eleitoral, determinando a abertura de investigações sobre o uso de dinheiro podre na campanha presidencial do ano passado e se terá a receita de uma semana apimentada na capital federal.
Enquanto isso, acentua-se a crise econômica com o aumento do desemprego e da inflação, ambos disputando para saber qual deles chega primeiro aos dois dígitos. O empresariado e os sindicalistas preparam-se para mais um embate, sem sinais de arrefecimento de suas posições. Continuam as dispensas nas fábricas e demais postos de trabalho, levando as centrais sindicais a antecipar uma greve geral de sérias proporções, ao tempo em que o governo escorregou outra vez, punindo os aposentados com a suspensão do pagamento da parcela integral de 50% do décimo terceiro salário. Diz o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não haver dinheiro, ainda que para o pagamento de juros não venha a faltar. O PSDB engajou-se na proposta de afastamento da presidente Dilma, contando com o apoio velado de parte do PMDB. O vice-presidente Michel Temer deu sinais de desembarcar do trem de apoio a Madame, enquanto Eduardo Cunha tenta descarrilhar a composição. O Lula, de seu turno, anuncia mais uma promessa não cumprida de percorrer o país em defesa da sucessora, ao tempo em que enfrenta acusações de tráfico de influência e favorecimento de empreiteiras.
Em suma, no histórico da Nova República, essa parece a conturbação mais explosiva desde o impeachment do presidente Fernando Collor, agora com o adendo da alta do custo de vida, de impostos, taxas e tarifas de serviços públicos, em meio aos já referidos desemprego e inflação. Milagres estão fora de moda, mas se não sobrevier algum dos grandes, logo a nação estará posta em frangalhos
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