quinta-feira, 1 de março de 2012

E tudo fica por isso mesmo?

Blog do Zé Beto

por Célio Heitor Guimarães
 
Semanas atrás, a revista Veja revelou, com base em investigações doMinistério Público Federal e da Polícia Federal, a escabrosa história da advogada Christiane Araújo de Oliveira que, infiltrada no coração do governo federal petista pela quadrilha brasiliense que desviou mais de 1 bilhão de reaisdos cofres públicos, manteve relações de extrema intimidade com poderosos da República.
A bela morena – hoje acoitada no elegante bairro dos Jardins, na capital paulista – participou de festas de embalo, viajou em aviões oficiais, foi para a cama com proeminências de Brasília, tudo em benefício dos bandidos. Entre os seus interlocutores estariam o ex-advogado do PT e ex-advogado-geral da União, ora ministro do Supremo Tribunal Federal, José Antônio Dias Toffoli e Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete do governo Lula e hoje ministro da Secretaria-Geral da Presidência da companheira Dilma.
A moça contou aos promotores e policiais que mantinha encontros secretos com Toffoli, a quem entregou, entre outras coisas, vídeos e áudios que incriminavam políticos da oposição, como o ex-governador do DF José Roberto Arruda. Toffoli nega, é claro. A Gilberto Carvalho Christiane foi portadora de ofertas de Durval Barbosa, ex-policial e chefe da máfia – aquele que costumava distribuir dinheiro ao governador e a deputados distritais e secretários do governo de DF e gravar em vídeo as entregas –, entre as quais facilidade de investimentos no aquecido mercado imobiliário de Brasília. Como retribuição, Gilberto agilizava a nomeação de candidatos simpáticos à quadrilha, como o chefe do Ministério Público do Distrito Federal.
Tamanho era o poder da dra. Christiane que ela chegou a ocupar função estratégica no comitê central da campanha de Dilma Rousseff. Após a eleição, integrou a equipe de transição do governo. Aí se descobriu que a preciosa peça já fizera parte da máfia dos sanguessugas, aquela que desviava verba do Ministério da Saúde destinada à compra de ambulâncias. Sem opção, Gilberto Carvalho, em lágrimas, avisou à amiga da demissão: “Sinto muito!”.
Ela nem tanto. Foi removida para São Paulo, já encontrou “emprego” em outr oescritório de primeira linha e tem sido vista desfilando, firme e faceira, nos principais shoppings da cidade, em busca de sapatos, blusas e bolsas de grife.
Todo o resultado das investigações da Polícia Federal, inclusive mais de seis horas de depoimento da sedutora advogada/lobista/íntima de autoridadespetistas foi encaminhado ao Ministério da Justiça, que, não por acaso, é chefiado pelo jurista Luiz Roberto Cardozo, do PT.
E tudo vai ficar por isso mesmo? Ao que tudo indica, sim.
Imagine-se que já houve época em que os tribunais brasileiros, particularmente os excelsos tribunais superiores, por exigência constitucional, eram compostos apenas de pessoas de notável saber jurídico e ilibada conduta!… E algo parecido era exigido das chamadas autoridades públicas.

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