Lucia Hippolito
A porta se abriu, e os esqueletos do PT estão saindo do armário.
Vários envolvidos em escândalos cabeludíssimos começam a voltar ao cenário político.
O primeiro foi Antonio Palocci. Acusado de formação de quadrilha, falsificação de documento público, lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, prevaricação, quebras de sigilo bancário e funcional, além de denunciação caluniosa, foi se livrando de todas as acusações e hoje é o poderosíssimo chefe da Casa Civil da Presidência da República.
Manda mais do José Dirceu quando ocupava o mesmo cargo, antes de ser cassado por corrupção e acusação de chefiar a quadrilha do mensalão.
O seguinte na fila é João Paulo Cunha. Réu no STF, acusado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato – apropriação de recursos por funcionário público –, o nobre parlamentar, mensaleiro confesso, tentou voltar à presidência da Câmara.
Não conseguiu, mas não saiu perdendo. Foi escolhido para presidir a mais importante comissão permanente da Câmara dos Deputados: a Comissão de Constituição e Justiça, que já foi presidida por parlamentares da estirpe de Oliveira Brito.
Outros tempos, outra moral, outros costumes.
Mas a fila anda.
José Dirceu está plenamente reabilitado no PT. Anda palpitando uma barbaridade. Manda menos do que apregoa.
Mas ele sempre foi assim, desde moço. Se acha.
Quem comprar José Dirceu pelo que ele vale e vender pelo que ele acha que vale, paga a dívida de vários países europeus.
E por fim, Delúbio Soares, o “nosso” Delúbio, como se refere a ele carinhosamente o ex-presidente Lula.
Tesoureiro do mensalão, ou de “recursos não-contabilizados”, na curiosa nova língua petista, Delúbio pediu sua reintegração ao partido.
O assunto foi arquivado uma vez, mas agora diz-se que ele vai insistir no assunto.
E que sua demanda será atendida.
Enquanto isso, o STF dança seu minueto em andamento lentíssimo.
O crime de formação de quadrilha, no qual estão incursos vários réus do mensalão – inclusive José Dirceu, acusado de chefiar a “sofisticada organização criminosa” –, prescreve em agosto próximo.
E nada indica que os “Supremos” irão julgar os mensaleiros antes disso.
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