quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Pais de estudantes da USP criticam ação policial na reintegração de posse da reitoria

Elaine Patricia Cruz

Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Os pais dos alunos da Universidade de São Paulo (USP) criticaram a prisão dos filhos deles, ocorrida na manhã de hoje (8) após uma operação policial de reintegração de posse do prédio da reitoria, que estava sendo ocupado por estudantes desde a semana passada. Eles não quiseram se identificar para não prejudicar os filhos e aguardam por informações do lado de fora da 91ª Delegacia de Polícia, localizada na zona oeste de São Paulo.
Os pais disseram que os filhos não são bandidos e que estavam apenas defendendo uma gestão democrática na USP.
Em uma folha de papel que foi depois copiada pela imprensa, os pais escreveram uma carta à mão em que criticam a operação policial de reintegração de posse. “Nós, pais de alunos da USP, repudiamos o modo como foi conduzido pela reitoria o processo envolvendo o movimento dos estudantes. Repudiamos a ação repressiva e truculenta das forças policiais no campus da universidade nessa madrugada de terça-feira. Estamos indignados com o fato de que uma instituição educativa utiliza como principal instrumento de solução de conflito social o uso da força policial. Nossos filhos são estudantes e não bandidos e estão em defesa de uma universidade onde existam debates democráticos”, diz o texto.
Os estudantes estavam acampados no prédio principal da reitoria da USP desde o dia 1, em protesto pela presença de policiais no campus.
Também do lado de fora da delegacia, o estudante de Geografia João Victor Pavesi de Oliveira, diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE), criticou a operação policial. “A interpretação da entidade é que não havia necessidade para isso. A negociação estava aberta. Tem uma rodada de conversa com a reitoria amanhã (9) e a gente não vê o porque de tudo isso. Não tem porque utilizar um número tão grande do efetivo policial para retirar uma ocupação pacífica”, acrescentou o estudante.
Oliveira disse à Agência Brasil que uma comissão de advogados encaminhou à Justiça o pedido de habeas corpus para liberar os 70 estudantes que foram presos.
A polícia militar cumpriu uma decisão judicial de reintegrar a posse do prédio da reitoria.

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