segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Fruet dá ‘pedalada’ na previdência de servidores


Prefeito já deixou de repassar 80 milhões aos cofres dos trabalhadores
O prefeito Gustavo Fruet pode ser mais um político enquadrado na lei de responsabilidade fiscal por causa de uma ‘pedalada’. Sua gestão deixou de repassar R$ 80 milhões ao Instituto de Previdência Municipal de Curitiba (IPMC). O último pagamento ocorreu em 31 de julho de 2015. A gestão já deu calote nos meses de agosto, setembro, outubro e novembro. A descoberta foi feita através do site da transparência e cobrada durante reunião do Conselho de Administração, que reúne representantes dos sindicatos, da Prefeitura de Curitiba e do Instituto. As informações são do Sismuc.
Os municipais têm cobrado nos últimos meses a gestão Gustavo Fruet sobre os repasses à previdência dos servidores. A contribuição da Prefeitura de Curitiba é de 22% sobre o salário do trabalhador, que contribui com 11%. Contudo, em reunião hoje (09) com a presença dos conselheiros da Secretaria de Finanças e Recursos Humanos, do procurador do município Ítalo Tanaka e da direção do IPMC, os sindicatos descobriram que a Prefeitura de Curitiba fez seu último aporte financeiro em 31 de julho. Um pouco depois, em 13 de agosto, os gestores municipais afirmaram que não tinha débitos com os trabalhadores. Só que nos três meses seguinte ocorreram os calotes. Este período coincide com indicativo de greve geral aprovado caso a Prefeitura encaminhasse à Câmara Municipal projeto de lei que alterasse o modelo de financiamento do IPMC.
Os sindicatos – Sismuc, Sismmac, Afisc Sindical e Sigmuc – exigem o imediato repasse dos valores aos cofres do Instituto. Eles lembram que neste ano, de forma automática, a Prefeitura de Curitiba já havia resgatado R$ 51 milhões do fundo. “Fruet é muito ligeiro para pegar dinheiro do IPMC, mas não tem a mesma rapidez para fazer o repasse. Ele sabe que está empurrando os servidores para uma greve”, avalia Irene Rodrigues, coordenadora do Sismuc.
A confirmação do calote de R$ 80 milhões ocorreu via Lei de Acesso à Informação, uma vez que o prefeito não responde a ofício dos sindicatos. Na reunião, os sindicatos pediram comunicado oficial de que os repasses foram congelados. Contudo, com maioria no conselho, o governo Fruet conseguiu barrar a transparência dos dados. O Conselho tem sete membros. Cinco indicados pelo governo municipal, um representante da Associação dos Aposentados, que até o começo da gestão Fruet era o atual presidente do IPMC e ICS e apenas um eleito em assembleia pelos servidores.
“Na votação de hoje, sindicatos e secretaria de Recursos Humanos votaram pela transparência; já a representação das Finanças e o procurador de Curitiba, Ítalo Tanaka, foram contra. Como os outros dois indicados de Fruet (representante da Câmara Municipal e Governo) e da Associação dos Aposentados faltaram, a decisão final coube ao presidente do conselho indicado pelo gestor municipal, que negou a informação”, expõe Irene.
Os sindicatos têm seminário sobre o IPMC marcado para este fim de semana (12). Não está descartada a hipótese de deflagrar greve.

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