Fábio Campana
O deputado Pastor
Edson Praczyk (PRB) subiu a
tribuna nesta quarta-feira (15) para fazer duras críticas a RPC/Globo
por ter criado uma falsa polêmica, lançando suspeição sobre o preço do
cafezinho servido na Assembleia. A matéria, que foi ao ar ontem (14) no
Paraná TV 2ª Edição, questionava o custo que será pago pelo café que é
servido na Casa em uma licitação que será feita na próxima
segunda-feira, 20. Segundo o deputado, a militância da emissora contra
os políticos acaba tendo graves consequências ao demonizar os políticos e
a política.
“Esse tipo de matéria que procura lançar um manto de suspeita sobre
toda a atividade política acaba afastando a sociedade da política com
receio de um possível contágio”, disse o deputado. “Como a RPC pode
fazer campanha para que as mulheres e minorias participem da política
quando ela mesma se encarrega de forçar matérias com o único objetivo de
lançar suspeitas sobre todos os políticos?”, questionou. Segundo o
deputado, esse tipo de campanha sistemática tem um efeito altamente
nocivo por afastar a população da política, tanto para participar quanto
para fiscalizar. “Toda a sociedade sai perdendo”, destacou.
Prazcyk lembrou que o café, o suco e água, adquiridos pela Assembleia
são servidos aos deputados, funcionários, visitantes e até à imprensa.
Como evidência desse uso coletivo apresentou fotos de funcionários da
RPC bebendo café. “Nesta foto vemos a jornalista Carolina Wolf
degustando um cafezinho no comitê de imprensa. O seu cinegrafista também
aparece em outra foto tomando o seu café”, comentou Prazcyk. “E não há
nada de errado nisso. Mostro essas fotos apenas para evidenciar os
riscos que existem quando nos esforçamos para lançar suspeitas sobre
tudo e sobre todos. Podemos acabar lançando suspeitas sobre nós mesmos”,
ironizou.
O deputado Plauto Miró (DEM), primeiro secretário, pediu um aparte e
informou que a licitação para a aquisição do café, marcada para
segunda-feira, bem como todas as licitações feitas pela Assembleia para
aquisições de itens para consumo, seguem rigorosamente toda a legislação
federal e estadual. “São aquisições feitas com toda a transparência”,
destacou. “O pregão é noticiado em jornal de grande circulação, no
Diário Oficial, no Portal da Transparência. Todos os que se habilitarem
podem participar. Os preços máximos são estabelecidos a partir de uma
média de três tomadas de preços, seguindo todo o rito legal. A
licitação, realizada com as portas abertas, será transmitida pela TV
Sinal e toda a imprensa está convidada para cobrir o evento, que será às
10 horas no Departamento de Apoio Técnico, no 4º andar do prédio da
Presidência da Assembleia”, disse Plauto.
O deputado Márcio Nunes (PSC) pediu um aparte onde lastimou que a
Assembleia fosse alvo de frequentes ataques infundados, alvo de
suspeitas descabidas que são fáceis de lançar e muito difíceis de
refutar. “É como aquela história do travesseiro de penas de ganso. É
facílimo abrir o travesseiro e espalhar as penas, mas é quase impossível
juntar e colocar tudo de volta dentro do travesseiro. É lamentável que,
em um momento em que a classe política enfrenta um grande desgaste,
alguém ache necessário inventar polêmicas e lançar suspeitas sem
qualquer fundamento”, destacou.
O presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), encerrou a
polêmica em tom bem humorado ao avisar que, apesar de toda a
controvérsia, de todo o mal-estar provocado entre os deputados pela
matéria da RPC, a Mesa Diretora da Casa não vai cortar o cafezinho
sabidamente apreciado pelos jornalistas do comitê de imprensa.