Do Valor Online:
No comando da segunda maior central sindical do país, o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), anunciou nesta sexta-feira o rompimento com o governo federal.
Para o comando da central, a administração da presidente Dilma Rousseff tem sido “intransigente” e “insensível” na negociação com os trabalhadores.
A postura crítica ao governo federal é um protesto ao adiamento da votação do fim do fator previdenciário na Câmara, para março de 2013, em negociação articulada pelo governo federal.
Paulinho criticou a presidente por não atender os sindicalistas nem contemplar as reivindicações trabalhistas. “Dilma não deixou a Câmara votar [o fim do fator previdenciário] neste ano. Não tem ouvido os trabalhadores nas mudanças que fez em vários setores, como o elétrico, de portos e aeroportos. Ouve só os patrões. Não nos recebe. Nossa postura será de crítica total ao governo”, reforçou Paulinho.
“Nossa lua de mel acabou. Durou dois anos, mas acabou. Chega de Dilma”, afirmou Paulinho, depois de reunir-se com a Executiva Nacional da central.
A central sindical planeja um grande ato de protesto ao governo federal para fevereiro. “A partir de agora vamos adotar a postura da presidente: ela não fala conosco e não falaremos com ela. Vamos às ruas para denunciar os problemas do governo”, disse Paulinho.
O dirigente sindical reclamou da falta de diálogo com o governo. “Quem nos recebe é o quinto escalão do governo. Quando era o Lula, falávamos com ele sempre que precisávamos. Agora, quem nos recebe é a segurança”, disse.
Em nota, a Executiva Nacional da central formalizou a crítica à administração federal.
“Lamentamos a falta de diálogo e interlocução por parte do Palácio do Planalto que tem se curvado para alguns setores financeiros e virado as costas e até em alguns momentos usado as Forças Armadas contra atos da classe trabalhadora”, registrou a Força Sindical, em referência à repressão policial a alguns trabalhadores que pressionavam por mudanças no fator previdenciário, em Brasília.
A Executiva da central reuniu-se nesta sexta-feira em São Paulo.
Entre as reivindicações da central estão medidas como a redução da jornada de trabalho sem redução salarial, valorização das aposentadorias, aumento para o servidor público, isenção de Imposto de Renda na Participação nos Lucros e Resultados.
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