O escândalo de venda de
pareceres e tráfico de influência em agências reguladoras e órgãos do
governo, revelado pela Operação Porto Seguro da Polícia Federal,
reacendeu no Congresso o debate em torno das indicações políticas feitas
pelo Poder Executivo para as agências reguladoras. Para o senador
Alvaro Dias, as indicações fazem parte do balcão de negócios que
alimenta o aparelhamento do Estado por intermédio do loteamento de
cargos, e só serão evitadas se o sistema de governo atual for destruído,
ou se o governo for substituído. “A questão das indicações não é de
critério, é de vergonha, de dignidade, de decência. Ocorre que há
indecência no atual governo, que é um desgoverno no campo da ética. Se o
governo indica um pilantra e se a base governista no Congresso avaliza o
pilantra, o que se pode fazer? O que precisa mudar é quem governa o
país. O governo utiliza as agências como instrumento para atender a este
balcão de negócios em que se transformou a administração pública, a
pretexto de que para se governar é preciso barganhar ou pagar o preço do
apoio político. Esse sistema é o mal do Brasil. Ou destruímos este
sistema ou certamente as coisas não mudarão”, disse Alvaro Dias.
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