Os amigos de José Dirceu e ele próprio
queriam instaurar uma ditadura no Brasil. Perderam, não é? Perderam em 1964 e
perderam depois. O fim da ditadura deu lugar à democracia. Mas está claro que
eles não se conformaram. Sabem aquele jantar que os amigos de Dirceu lhe
ofereceram no fim de semana? Então… OGlobo traz novos detalhes daquela reunião.
Leiam trecho. Volto em seguida.
Amigos de militância de esquerda de José
Dirceu e de José Genoino já se articulam para uma reação política à condenação
dos dois petistas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O grupo “Os Amigos de
68”, que reúne ex-presos políticos, realizou um almoço de solidariedade a
Dirceu e Genoino no domingo, na casa de Ana Corbisier, companheira do
ex-ministro no Movimento de Libertação Popular (Molipo). Os “amigos de 68” não
descartam iniciar um movimento político mais amplo, que inclua o tema da
reforma política e uma análise do Judiciário, ou organizar uma mobilização de
apoio direto aos ex-guerrilheiros.
“Deve haver uma reação. Esse processo foi
muito desigual. É complicado quando a Justiça se politiza”, avaliou José Luiz
Del Roio, ex-militante contra a ditadura e ex-senador na Itália.
Del Roio participou do almoço, que foi
marcado por conversas sobre o passado dos dois petistas, principalmente sobre
suas prisões. Genoino é o mais abalado, mas parecia tranquilo no encontro com
os ex-companheiros. O ex-deputado foi quem comparou os tempos de sua prisão ao
momento atual. Para os presentes, persistiu a conversa de que os petistas foram
injustiçados e que todo o rigor da condenação está, de alguma forma,
relacionado ao passado deles.
“Os dois se comportaram de maneira magnífica
na prisão durante a ditadura. Se forem presos, irão para a cadeia com
dignidade, não fugirão. Mas qualquer réu tem o direito de defender sua
biografia”, disse Del Roio.
Para o cineasta Cláudio Kahns, Genoino e
Dirceu “estão empenhados em continuar se defendendo”.
“Alguma reação deve ter. Ninguém está
satisfeito”, disse o cineasta, referindo-se a uma mobilização dos “Amigos de
68” em prol de Genoino e Dirceu.
O PT vai acatar a decisão do STF no
julgamento do mensalão, mas, em caso de prisão, os integrantes do partido vão
se declarar prisioneiros políticos de um julgamento de exceção, afirmou ontem
ao GLOBO o ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência Paulo
Vannuchi, que participou do encontro anual da Associação Nacional de Pós-Graduação
e Pesquisa em Ciências Sociais, em Águas de Lindoia, interior de São Paulo.
“O Supremo tem que ser respeitado. Se
determinar prisão, as pessoas vão para a prisão. Agora, as pessoas não vão
admitir que são corruptas, elas vão declarar que são prisioneiras políticas de
um julgamento de exceção. Vai ser a razão de viver do Genoino e do Dirceu
demonstrar que foram condenados sem provas”, afirmou Vannuchi.
O petista disse ainda que, a partir de
agora, o partido observará atentamente todas as decisões do STF em casos
semelhantes: “Nós vamos acompanhar com lupa cada voto de ministro, e, se daqui
a um ano, eles absolverem um grande empresário acusado de corrupção por falta
de provas, nós vamos lembrar, democraticamente, que, no julgamento do mensalão,
quando não havia provas, os indícios foram tidos como suficientes para
condenar”.
(…)
(…)
Voltei
É asqueroso! Vannuchi é aquele ex-ministro dos Direitos Humanos que queria rever a Lei da Anistia e que hoje trabalha no Instituto Lula. É inacreditável que um ex-membro da ALN (Aliança Libertadora Nacional) — ex-subordinado de Carlos Matighella, que elaborou um minimanual de guerrilha que faz a apologia do terrorismo — chame de “julgamento de exceção” o que fez o Supremo, sustentando que, se presos, Genoino e Dirceu são “prisioneiros políticos”. A quem já falta o bom senso, também falta vergonha na cara.
É asqueroso! Vannuchi é aquele ex-ministro dos Direitos Humanos que queria rever a Lei da Anistia e que hoje trabalha no Instituto Lula. É inacreditável que um ex-membro da ALN (Aliança Libertadora Nacional) — ex-subordinado de Carlos Matighella, que elaborou um minimanual de guerrilha que faz a apologia do terrorismo — chame de “julgamento de exceção” o que fez o Supremo, sustentando que, se presos, Genoino e Dirceu são “prisioneiros políticos”. A quem já falta o bom senso, também falta vergonha na cara.
A quem faltam bom senso e vergonha na
cara, também falta lógica. Vejam a fala final de Vannuchi no trecho que
transcrevi. Ele sugere que o Supremo estará agora sob o escrutínio do seu
grupo… Huuummm… Segundo ele, praticou-se uma injustiça, certo? Certo? E
como ele e seu grupo pretendem corrigir isso? Ora, exigindo a generalização da
injustiça!
Eis o modo perturbado de pensar dessa
gente! É espantoso, sim! Mas não me surpreende. Eu demonstrarei na madrugada
como essa indecência de agora se liga a indecências pregressas.
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