Médicos
cubanos que conseguiram escapar da Venezuela processam Cuba, Venezuela e a
petroleira PDVSA em demanda apresentada ante tribunal da Justiça americana,
em Miami. Pedem indenização que ultrapassa US$ 50 milhões de dólares.
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BLOG do Aloízio Amorim
Sete médicos e um enfermeiro cubanos estão processando Cuba, Venezuela e a PDVSA (a petroleira estatal venezuelana) por conspiração para obrigá-los a trabalhar em condições de “escravos modernos”, como pagamento pela dívida cubana com o Estado venezuelano por fornecimento de petróleo, segundo informação do site venezuelano Noticias24.
Sete médicos e um enfermeiro cubanos estão processando Cuba, Venezuela e a PDVSA (a petroleira estatal venezuelana) por conspiração para obrigá-los a trabalhar em condições de “escravos modernos”, como pagamento pela dívida cubana com o Estado venezuelano por fornecimento de petróleo, segundo informação do site venezuelano Noticias24.
Os médicos e o enfermeiro conseguiram
escapar, chegando aos Estados Unidos, país que lhes outorgou vistos. Essa ação
foi proposta em 2010, todavia adquire importância no momento em que o Brasil
inicia contrato similar a esse que suscitou a demanda apresentada nos Estados
Unidos.
Segundo a petição a que teve acesso a agência internacional de notícias Efe, os
demandados intencional e arbitrariamente", colocaram os profissionais da
saúde em “condição de servidão da dívida” e esses se converteram em “escravos
econômicos” e promotores políticos.
Com esta ação proposta perante a Justiça americana, os demandantes buscam uma
indenização que ultrapassa US$ 50 milhões de dólares, revelou Pablo de Cuba, um
dos advogados do grupo cubano.Queremos estabelecer o precedente da responsabilidade patrimonial dos Estados
sobre seus cidadãos. Isto é uma conspiração pré-determinada e dolosa desses
governos e da empresa para submeter a trabalho forçado e servidão por dívida a
esses médicos”, salientou o advogado.
Na demanda, o advogado Leonardo Aristides Cantón, que lidera a defesa,
argumentou que os demandantes viajaram à Venezuela sob “engano" e
“ameaças” e foram forçados a trabalhar sem limite de horas na missão “Barrio
Adentro” (programa social do chavismo) em lugares com uma alta taxa de delitos
comuns e políticos, incluindo zonas da selva e a “beligerante” fronteira com a
Colômbia.
Os países, segundo o advogado, uniram-se numa conspiração sem precedentes na
histórico contemporânea, com a única exceção da escravatura na Alemanha nazista,
no uso do trabalho forçado.
Sublinhou também que “o convênio dos governos de Cuba e Venezuela constitui uma
flagrante confabulação (maquinação) comparável ao comércio de escravos na
América colonial".
O governo venezuelano persegue, intima, captura e faz regressar a Cuba os médicos
e outrosprofissionais da saúde que se negam a realizar trabalhos
forçados ou que tentem obter sua liberdade para sair do país sul-americano,
segundo consta na petição entregue à Justiça de Miami (EUA).
Os demandantes afirmaram que viviam internados em residências alugadas ou em
casas de pessoas ligadas ao regime Venezuela, enquanto trabalhavam sem a devida
licença para exercer a medicina na Venezuela violando as leis desse país.
Os médicos e o enfermeiro foram submetidos por funcionários de segurança de
Cuba e Venezuela a uma estrita vigilância e controle de seus movimentos, de
suas relações, além de serem intimidados e coagidos, segundo consta na petição.
Esta é a segunda demanda por “escravidão moderna” que se interpõe num Tribunal
de Miami (EUA).
Em outubro de 2008, um juiz determinou que o estaleiro Curacao Drydock Company
pagasse indenização de US$ 80 milhões de dólares a três cubanos que alegaram
que foram enviados por Cuba para trabalhar na reparação de barcos e plataformas
marítimas de Curaçao sob condições “desumanas e degradantes” para pagar dívidas
do Estado cubano.
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