Um importante ministro do governo Dilma cometeu o crime de obstrução da justiça, e se a presidente da República não o demitir imediatamente, se tornará cúmplice deste delito. A afirmação foi feita pelo senador Alvaro Dias na Tribuna do Plenário, na sessão desta terça-feira (15), ao relatar denúncia divulgada pela imprensa de que o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, teria oferecido ajuda financeira, política e jurídica ao senador Delcídio Amaral em troca de seu silêncio. Para Alvaro Dias, a atitude do ministro exige a tomada de providências urgentes por parte do governo federal.
“No dia de hoje, revela-se que um ministro de Estado tentou calar um senador, para ocultar fatos criminosos praticados à sombra do poder no País. Demitir um ministro é evidentemente decisão de quem preside o País. Mas é também evidente que, se a presidente da República não adota providência alguma, torna-se parceira do feito, torna-se cúmplice do crime praticado, o crime de obstrução da Justiça. Nós vamos aguardar as providências que a presidente da República deve anunciar. É óbvio que todos nós imaginamos que a Presidente não se calará diante desses fatos. Mas o que fica visível é essa tentativa de obstrução dos trabalhos da Justiça e, obviamente, de instituições que realizam a investigação judiciária: a Polícia Federal, o Ministério Público, culminando com a ação da Justiça Federal”, afirmou o senador.
Ex-chefe da Casa Civil do governo Dilma, atual titular da pasta da Educação e um dos ministros mais próximos da presidente, Mercadante prometeu dinheiro e ajuda para que Delcídio deixasse a prisão e escapasse do processo de cassação de mandato no Senado. Em contrapartida, pede a Delcídio que não “desestabilize tudo” com sua delação. O ministro não tratou diretamente com o senador, que já estava sob a custódia da polícia, mas com um assessor da estrita confiança de Delcídio, José Eduardo Marzagão. Os dois se reuniram duas vezes no gabinete de Mercadante no ministério. As conversas foram gravadas por Marzagão e entregues à Procuradoria-Geral da República por Delcídio, que, em depoimento formal, disse que o ministro agira a mando da presidente Dilma.
O senador Alvaro Dias, em seu pronunciamento, disse ainda considerar “espantoso” ver a presidente Dilma Rousseff arvorar-se em proprietária da independência das instituições do Estado. “Quantas vezes ouvimos a Presidente da República e, além dela, os governistas tentarem assenhorarem-se do fato de ser hoje a Polícia Federal, o Ministério Público da Justiça Federal independentes. Desenvolvem uma ação de independência e de ousadia para retirar debaixo do tapete toda a sujeira acumulada nos últimos anos de corrupção neste País. Ao contrário, e patrocinadores dessa independência, o que vemos, num primeiro momento, quando Delcídio foi preso e agora, sobretudo, o que vemos é uma tentativa de obstrução da Justiça, ou seja, o governo tentando comprometer a ação de investigação desenvolvida pelas instituições já referidas. E como nós sabemos, repito, obstruir a Justiça implica detenção”, concluiu o senador Alvaro Dias
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