Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil
Brasília - Moradores de áreas de risco de seis cidades brasileiras receberão treinamento específico para lidar com desastres naturais. As atividades, promovidas pela Realizadas pela Secretaria Nacional de Defesa Civil, fazem parte da programação do 1º Simulado de Preparação para Desastres (SPD). O treinamento vem sendo feito desde maio deste ano, com o apoio de coordenadorias estaduais e municipais de Defesa Civil.
No próximo dia 12, o simulado ocorrerá nos municípios de Novo Hamburgo (RS) e Antonina (PR). Já no dia 26 de novembro será a vez de São Paulo (SP), Contagem (MG), Serra (ES) e Blumenau (SC).
No município gaúcho a ação envolverá os moradores da Vila Getúlio Vargas, no bairro de Canudos. Em Antonina, nos bairros Portinho e Graciosa. Já na capital paulista, parte dos moradores da Freguesia do Ó participará do simulado. Nos outros três municípios as comunidades participantes ainda não foram definidas.
Segundo o secretário nacional de Defesa Civil, Humberto Viana, o simulado serve não só para que os moradores de comunidades em áreas de risco saibam o que fazer em caso de desastres, como também capacitá-los para atuar de forma preventiva, consolidando procedimentos permanentes de monitoramento, alerta e alarme.
“O simulado é muito importante porque [quando necessário, ajudará] a retirar de áreas de risco uma quantidade razoável de pessoas que poderiam morrer. Sabemos que os eventos climáticos extremos vão continuar acontecendo, e é importante que essas pessoas estejam preparadas para lidar com estas situações”, disse o secretário à Agência Brasil.
Os simulados já foram feitos, desde o início do ano, em Maceió (AL), Recife (PE) e Salvador (BA), além de Petrópolis e Nova Friburgo, municípios da região serrana fluminense fortemente afetados pelas chuvas em janeiro deste ano. Viana explicou os critérios para a escolha das cidades onde a iniciativa vem sendo desenvolvida e adiantou que a intenção é ampliá-la gradativamente para outras regiões do país, além de abranger também aos desastres provocados pelo homem, como, por exemplo, acidentes industriais.
“Elencamos as cidades em que sabemos que, historicamente, os eventos climáticos extremos causam maiores prejuízos, óbitos e transtornos. Mas, a partir do ano que vem, nós certamente vamos repetir estas mesmas cidades e ampliar os simulados, que passarão a ser regulares, para outras regiões que ainda iremos definir”, declarou.
Para o secretário, contudo, os simulados, sozinhos, não evitarão que novas mortes ocorram, mesmo os governos já conhecendo as áreas de maior risco e prevendo a ocorrência de eventos climáticos extremos. Para Viana, é importante também “virar o jogo”, investindo mais em obras de prevenção.
“Os simulados são um passo importante e têm que se tornar regulares, até para corrigirmos alguns aspectos, como a forma de alertar as comunidades para o risco de alagamentos, deslizamentos ou enxurradas. Mas precisamos tratar as áreas de risco com obras de prevenção definitivas. Hoje, na maioria das vezes, o que fazemos é nos mobilizar após um acidente para prestar assistência às pessoas. E o mais importante é prevenir. O que não é uma tarefa fácil devido à cultura brasileira, que é muito reativa”.
O simulado tem início com a emissão, pelo Centro Nacional de Gerenciamento de Risco e Desastres (Cenad), de um sinal alertando para a ocorrência de fortes chuvas que possam causar deslizamentos de terras e outros problemas. Uma equipe técnica é acionada, e todas as autoridades envolvidas se reúnem para preparar a retiradas das pessoas das áreas de risco. Depois, as defesas civis locais alertam os moradores por meio de carros de som, mensagens de celular e líderes comunitários. O terceiro passo é a evacuação da comunidade, por rotas seguras definidas antecipadamente e informadas previamente aos moradores, que se reúnem em pontos previamente estabelecidos a fim de serem levados para abrigos provisórios, onde serão cadastrados.
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