GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
Em defesa da realização de novo referendo para questionar a população sobre a venda das armas de fogo no país, a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) afirmou nesta terça-feira que as armas legalizadas contribuem com o aumento da violência no país. A ministra disse acreditar que, com um novo referendo, a população possa mudar de ideia sobre a comercialização das armas. DE BRASÍLIA
"Eu acredito que a população brasileira vai amadurecendo a cada ano. Se tivermos clareza que o objetivo de uma nova jornada de desarmamento são as armas ilegais e sensibilização para que aqueles que tenham um arma, ainda que legalizada, percebam que esta arma é a que cai na mão dos assassinos, podemos reverter e reduzir o número de mortos por armas de fogo no Brasil", disse.
Rosário afirmou que 16 milhões de armas circulam no país, das quais 50% são clandestinas --adquiridas a baixo preço no mercado negro. A ministra disse que o governo apoia a decisão do Senado de rediscutir o estatuto do desarmamento e a realização de novo referendo.
"O referendo realizado já é uma referência, mas não deu a palavra final porque nós temos vidas a salvarmos todos os dias."
Em 2005, a população decidiu em referendo manter o comércio de armas e fogo e munição no país depois do "não" vencer com o apoio de 63,94% dos votos válidos dos brasileiros. Depois do massacre em Realengo, no Rio de Janeiro, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), decidiu sugerir aos líderes partidários a revisão do estatuto do desarmamento e a nova edição do referendo.
A proposta tem o apoio do governo federal, que pretende reeditar uma nova campanha de desarmamento em junho. Além da restrição à compra de armas, são avaliadas pelo Executivo outras propostas, como uma punição maior ao porte ilegal de armas.
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