quinta-feira, 12 de julho de 2012

Para além do menos pior



Ze Beto



por Bernardo Pilotto*



Na última sexta-feira, 6 de julho, o governo federal, através do Ministério do Planejamento (MPOG), deu orientação para que os ministérios cortassem o salário dos trabalhadores que se encontram em greve. Como se sabe, mais de 300 mil trabalhadores do serviço público federal estão paralisados num movimento que cresce a cada semana.
Mesmo com esse cenário, o governo tem se negado a apresentar uma proposta concreta em torno das reivindicações dos trabalhadores. Ao invés de negociar, propõe o corte de ponto, um claro ataque ao direito de greve dos trabalhadores.
Em 2010, há exatamente dois anos, muitos trabalhadores foram pressionados a votar em Dilma Roussef (PT) pra presidente da República como forma de evitar um “mal maior”, chamado José Serra (PSDB). Caso Serra ganhasse, haveria privatizações, criminalização dos movimentos sociais, não haveria negociações etc. No segundo turno, a pressão foi ainda maior.
Após um ano e meio, o atual governo implantou a EBSERH (empresa para gerir os hospitais universitários), privatizou aeroportos, não está negociando com os trabalhadores e agora ameaça com corte de ponto aos grevistas. Mas quem ganhou? A política não é a do Partido dos Trabalhadores.
Não é à toa que em cada canto a gente encontra uma pessoa descontente com tudo o que está aí. Ninguém mais esconde o enfado com os rumos da política partidária. Os princípios foram todos abandonados e a população não está satisfeita com quase dez anos de um governo que se dizia dos trabalhadores. Um governo que foi eleito para mudar o país e não para ser apenas o “menos pior”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário