Ricardo Noblat
Astuciosos, esses procuradores da República que investigam corrupção no governo. E gozadores.
Quando os políticos em geral, e alguns em particular, pensavam que haviam sido deixados em paz, uma nova fase da Operação Lava-Jato, com o nome de “Origem”, resulta na prisão de três ex-deputados.
Um deles, Pedro Corrêa (PP-PE), já cumpria prisão domiciliar por ter sido condenado como mensaleiro.
A prisão de Pedro reforça o que a Lava-Jato deixa transparecer desde o seu início: o que muitos preferem chamar de “petrolão” é filho legítimo do mensalão.
O parentesco resta provado porque a origem dos dois escândalos é a mesma – o pagamento de propinas para políticos e o financiamento de campanhas eleitorais. Ou o Caixa 2 dos partidos.
Há muito mar ainda a ser navegado, segundo um dos procuradores. A Lava-Jato está mal começando.
A presidente Dilma, como de hábito, precipitou-se e, anteontem, em visita a Duque de Caxias, no Rio, anunciou que acabara a limpeza na Petrobras. Que a empresa havia se livrado dos que a assaltaram.
Pois sim. Só quem pode dizer que acabou a sujeira na Petrobras é quem a investiga. Dilma não manda no Ministério Público.
Curioso é que ela tenta vender a ideia de que só aparece corrupção porque seu governo se dedica a combatê-la. Mas logo que pode, tenta abortar investigações que lhe são incômodas.
Somente nesta semana, o governo conseguiu abortar a instalação de duas CPIs no Congresso destinadas a apurar suspeitas de corrupção em fundos de pensão e no BNDES.
Ora, porque o governo agiu assim? Por que sabota a CPI da Petrobras? Por que sabotou no ano passado duas CPIs da Petrobras?
Roubalheira na Petrobras. Na Receita Federal. No Ministério da Saúde, Na Caixa Econômica Federal.
O governo apodreceu. Cheira mal.
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