quinta-feira, 16 de abril de 2015

Especialista defende ambientes compartilhados para inclusão social



Lugares pré-determinados, aparatos especiais e espaços exclusivos para pessoas com deficiência, são formas equivocadas de lidar com a inclusão social, na opinião do especialista Alexandre Paz. “Inclusão é compartilhar, e não segregar”, afirmou o empresário gaúcho, nesta quarta-feira (15), na Câmara de Curitiba. Convidado por Pier Petruzziello (PTB) para a Tribuna Livre, ele deu exemplos testados em Porto Alegre de como adaptar academias ao ar livre para uso por pessoas sem e com deficiências.

“Instalamos em um parque da capital gaúcha equipamentos adaptados, que podem ser utilizados por todas as pessoas, inclusive pessoas com deficiência”, relatou Alexandre Paz. Ele apresentou aos vereadores fotografias das mudanças feitas no estádio do Beira-Rio, do time de futebol Internacional, que migrou de um “modelo segregador”, implantado para a Copa Fifa 2014, a outro mais inclusivo. “Antes, o Beira-Rio obrigava os cadeirantes a sentarem numa área exclusiva, próxima ao campo, em lugares pré-determinados. Depois passou a disponibilizar mais opções a esses torcedores, aumentando as chances de escolha”, parabenizou.

“Só que em alguns teatros dos Estados Unidos, na Broadway, a pessoa com deficiência escolhe o lugar que quiser dentro do estabelecimento e a equipe técnica desaparafusa a cadeira se for necessário. Ela vai sentar no lugar que tem vontade, sem ser segregada a lugares pré-definidos”, disse Alexandre Paz. “Compartilhamento de espaço é diferente do que acontece nas áreas segregadas”, defendeu. “Assim como os aparatos não podem ser especiais, e sim universais”, completou.

Para Alexandre Paz, as dificuldades no caminho da criação de uma cultura inclusiva é a ausência de punição a quem descumpre a legislação federal para as pessoas com deficiência, a cultura assistencialista e as razões econômicas. “Academias híbridas, que atendem pessoas com e sem deficiência, custam um pouco mais que as simples. Então o gestor costuma optar por instalar cinco em vez de três, mesmo que essas últimas sirvam inclusive para pessoas com deficiência”, apontou. Segundo ele, sua empresa, Inclusive Academias Híbridas, busca soluções tecnológicas para a situação.

O vereador Pier Petruzziello reforçou a opinião do empresário gaúcho, afirmando que áreas projetadas para receber apenas pessoas com deficiência não são inclusivas. “Pelo contrário, são segregativas. Nosso trabalho está em buscar igualdade de oportunidades e meios, respeito à diversidade humana”, declarou o parlamentar. Paz, que hoje à tarde se reúne com a secretária municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Mirela Prosdocimo, entende que o tripé da inclusão social é compartilhar espaços, tornar os aparatos universais e garantir liberdade de escolha.

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