quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Fatos históricos

Desde que se aliou ao PT para disputar o governo do Paraná o senador Osmar Dias mudou muito, pode se dizer que é outro homem. Entre outras coisas começou a ver com benevolência e simpatia o MST. Em entrevista ao seu site ‘Osmar12’ o senador fala sobre suas novas relações com os petistas e o MST. Em certo momento destaca: “O uso de força violenta por parte da polícia é coisa de um passado nefasto que não pode voltar ao Paraná. Hoje, precisamos que o campo tenha paz e prosperidade e isso só se obtém com diálogo, negociação e bom senso”.
O caso mais notório do “uso de força violenta por parte da polícia” em questões envolvendo os sem terra no Paraná ocorreu em 8 de 1993 quando o líder sem terra Diniz Bento da Silva, o Teixeirinha, foi executado depois de espancado, torturado e humilhado pela Polícia Militar do Paraná em frente a mulher e o filho de 13 anos. O governador na época era Roberto Requião e o secretário da Agricultura se chamava Osmar Dias. A reação violenta da Polícia Militar aconteceu porque os sem terra, hoje tão aliados de Osmar Dias que se colocam em frente ao seu palanque agitando bandeiras do MST, haviam assassinado três policiais militares cinco dias atrás. Mataram porque eles estavam sem farda (eram da P2) e teriam sido confundidos com empregados do dono da Fazenda Santana, invadida pelo MST.
A morte dos policiais provocou um acesso de fúria em Requião. Em nota oficial distribuída em 6 de março de 1993, poucas horas antes do assassinato de Teixeirinha, Requião deu sinais que poderiam ser interpretados como uma luz verde para uma reação violenta da PM: “Os criminosos não vão ficar impunes. Não vou permitir que esse atentado ignominioso contra os paranaenses reste sem a mais exemplar punição. Punir os culpados significa continuar no caminho da sagrada luta pela justiça social, pela reforma agrária pela paz e prosperidade de nossa gente. Se os bandidos não forem presos e se os assentados acobertarem o crime, serão considerados cúmplices e removidos do acampamento. Lugar de assentar bandidos é na Penitenciária de Piraquara. Aos bravos soldados da Polícia Militar do Paraná que morreram no cumprimento do dever, as minhas sinceras e emocionadas homenagens. Eles morreram em defesa da justiça social, em defesa da reforma agrária”.
Leia frases extraídas de discursos como esse, de 3 de maio de 2004, no qual Osmar Dias diz:

“Não há dinheiro para equipar a polícia ou mesmo para pagar um salário mais justo para os policiais, como também para os professores. Para lá não esta indo o dinheiro.

Há a crise na saúde. Afora esse lodaçal de corrupção que invadiu o Ministério da Saúde, há ainda o problema da falta de recursos.

Agora, lembrei-me de uma outra coisa: os cargos comissionados criados para contratação de cabos eleitorais para a próxima campanha com dinheiro público. É outra pista. Mas, devagarzinho, descobrimos para onde vai o dinheiro, porque, para os trabalhadores e empresários brasileiros, não está indo.”

Lendo mais adiante, você poderá constatar que Osmar Dias e o PT pareciam inconciliáveis há pouco tempo e agora fazem planos de aliança.


Discurso de Osmar Dias em 23/08/2004

“…Há muita coisa para ser feita e não há muito o que comemorar. O Governo tem cometido o grande erro de desprezar um setor que até agora sustentou a economia brasileira…”

“…É evidente que o Governo está cometendo um sério erro, um grave equívoco ao não apoiar o setor que ainda resolvia problemas na economia brasileira. Ao mesmo tempo em que o Governo comemora os resultados macroeconômicos, esquece-se do que proporcionou esses resultados e vai desprezando um setor fundamental para uma balança comercial positiva e para a geração de empregos..”

Discurso de Osmar Dias em 03/06/2004

“…Senadora Heloísa Helena, talvez tenha sido até bom para V. Exª ter sido expulsa do PT, porque, se não o fosse naquela oportunidade, sê-lo-ia agora. Tenho certeza de que V. Exª não vai votar, assim como eu, a favor desse (governo)”

Discurso de Osmar Dias em 12/04/2004

“…o Senador Valdir Raupp, que forneceu dados alarmantes sobre os ensinos fundamental e médio no País, a evasão escolar, a repetência e o analfabetismo, que persiste. Fiz um aparte ao Senador Valdir Raupp, dizendo que o Governo tem pecado em lançar programas, mas não operacionalizá-los. Lança idéias que não são acompanhadas da ação. Então, fica apenas na conversa…”

“…Eu estava falando que o Governo do PT, talvez seja isso que tenha sido tão comentado aqui do lado, prometeu ampliar as vagas nas universidades públicas, mas, na verdade, reduziu-as…”

Discurso de Osmar Dias em 16/05/2006

“…Isso é apresentado na propaganda oficial do PT, o Partido que está no Governo, e pelo próprio Presidente da República. Então não é financiamento público de campanha? É financiamento público com dinheiro tirado dos agricultores. Os agricultores estão pagando a campanha do Presidente Lula à reeleição…”

“…Mas eu acredito que não há um agricultor sequer neste País – micro, pequeno, médio, grande ou familiar – que vote neste Governo, porque ele destruiu a agricultura, destruiu aquilo que, a duras penas, foi construído e conquistado ao longo dos anos, quando se apresentou à sociedade brasileira o respeito da própria sociedade urbana com os agricultores…”

Discurso de Osmar Dias em 25/04/2006

“…Agora, é obrigado a reconhecer que naufragou, apesar de toda a mídia, de toda a propaganda sobre o Programa Primeiro Emprego. Meio por cento da meta chega a ser vergonhoso para o Presidente Lula…”

Discurso de Osmar Dias em 26/06/2007

“…é mais uma comprovação daquilo que sempre falo aqui: o Governo não quer que o Congresso legisle.. Jorge Guirado tem razão…”

“…Anteontem, o mapa do Paraná foi manchado de sangue. O assassinato, em Tamarana, de um encarregado de uma fazenda invadida pelos sem terra…”

Discurso de Osmar Dias em 09/11/1999

“…De um lado, essa intransigência, a intolerância de algumas lideranças que promovem invasões em propriedades produtivas, que saqueiam propriedades produtivas, que tiram das suas máquinas os trabalhadores de fazendas produtivas, que assaltam as sedes das fazendas produtivas, expulsam os proprietários dessas fazendas e promovem um verdadeiro assalto nas mesmas…”

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