terça-feira, 2 de junho de 2015

BNDES usa dinheiro do trabalhador em obra na República Dominicana, negócio considerado “muito ruim”


BNDES usa dinheiro do trabalhador em obra na República Dominicana, negócio considerado “muito ruim”

Em 2013, quando assinou com o BNDES, a República Dominicana fez captação de 10 anos pagando a taxa Libor mais 3,44%, mas o BNDES emprestou pela Libor mais 2,3%. Se usasse o próprio dinheiro, e não o do FAT, o banco teria prejuízo. Segundo o “Estadão”, em 2013, o banco fez uma captação em 10 anos, pagando Libor mais 2,77% – 0,47% acima da taxa do empréstimo. “É maluquice: o que estão fazendo lá?”, disse um dos executivos consultados pelo jornal.
Os detalhes da operação apenas foram revelados porque o contrato se tornou público ao ser divulgado no site do governo da República Dominicana. De acordo com o jornal, o BNDES se comprometeu a emprestar US$ 249,6 milhões (R$ 786 milhões, pela cotação atual) para o governo daquele país tocar as obras do Projeto Múltiplo Monte Grande, que conta com uma barragem para abastecimento de água e fornecimento de energia. A construtora é a Andrade Gutierrez. O BNDES, de sua parte, nunca divulgou quanto emprestou para as empreiteiras realizarem obras lá fora, nem em que condições ou a que taxas. O sigilo é questionado e gera polêmica. O senador Alvaro Dias há alguns anos vêm ter tentando obter informações sobre as condições oferecidas pelo BNDES nos contratos para obras com países estrangeiros e empreiteiras. O senador já recorreu à Lei de Acesso à Informação, a requerimentos de informações via Congresso e até mesmo ao Supremo Tribunal Federal para quebrar o sigilo das operações do banco, mas até agora não conseguiu furar o bloqueio imposto pelo governo Dilma para que não venha a público informações da caixa-preta do BNDES.
Para o economista Mansueto Almeida, especialista em contas públicas, é um absurdo que o BNDES dê subsídio com sigilo e sem detalhar os ganhos por projeto. “Com dinheiro público, por princípio, deve haver transparência e boa gestão: o que não está claro no caso do BNDES”, afirmou o economista ao “Estadão”

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