quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Advogado de Roberto Jefferson afirma que Lula ordenou mensalão

Folha de São Paulo
 
A defesa do delator do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson, afirmou nesta segunda-feira (13) no STF (Supremo Tribunal Federal) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ordenou a compra de apoio para compor sua base aliada no Congresso.
"O presidente não é só safo, ele é doutor honoris causa em universidades internacionais. Mas é um pateta? Tudo isso aconteceu sobre suas barbas e nada. Não só sabia como ordenou tudo isso", afirmou o advogado Luiz Corrêa Barbosa.
Ele pediu que os ministros autorizem diligências para investigar e denunciar Lula. O advogado apresentou a defesa de Jefferson no oitavo dia de julgamento do caso no Supremo. A previsão é que esta fase termine na quarta-feira, quando, enfim, os ministros começarão a votar.
A justificativa da defesa de Jefferson para investigar Lula é que os empréstimos do BMG e do Banco Rural ao PT, que teriam irrigado o mensalão, estão ligadas a um decreto de Lula que permitiu os bancos privados a concederem crédito consignado.
"É evidente a coligação, o entrelaçamento entre esses atos", disse o advogado.
Criticando o Ministério Público Federal por ter deixado Lula de fora da denúncia, o advogado afirmou que os ex-ministros denunciados José Dirceu, Anderson Adauto, Luiz Gushiken "eram executivos" a mando de Lula.
Ele disse que Lula "traiu a confiança do povo", e acusou o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de ter sido omisso ao não denunciar Lula e acusou a Procuradoria de ser uma "caixa-preta". "Ele [o procurador] não fez seu trabalho, ele se omitiu."
"Pela prova produzida [pelo Ministério Público Federal], vai gerar um festival de absolvições, o mandante está fora", disse. "A prova não permite condenações. Digam ao povo que isso foi coisa do procurador-geral que se recusa a fazer seu trabalho."
"É claro que Vossa Excelência [o procurador-geral] não poderia afirmar que o presidente da República fosse um pateta. Que sob suas barbas isto estivesse acontecendo e que ele não sabia de nada", afirmou.

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