Na liderança da minoria, Nilson
Leitão diz que vai reunir todos os deputados oposicionistas para afinar o
discurso contra o governo e defender a autonomia do Legislativo
Gustavo Lima/Agência Câmara
Novo líder oposicionista defende Henrique Alves e diz que Brasil virou "indústria de denúncias"
Deputado
em primeiro mandato, ex-prefeito de Sinop (MT), Nilson Leitão (PSDB-MT)
assumiu no início deste mês a liderança da minoria na Câmara no lugar
do também tucano Antonio Carlos Mendes Thame (SP). Na prática, o posto
equivale ao de líder da oposição, já que a maioria é governista. Sem
fazer críticas diretas ao seu antecessor, ele promete reunir todos os
deputados do PSDB, do DEM e do PPS para que os oposicionistas afinem o
discurso e falem a mesma língua na hora de atacar o governo e defender a
autonomia do Legislativo. “A primeira missão é tê-los num mesmo rumo,
de forma organizada, para que todos compreendam o seu papel”, afirma. O deputado disse que a segunda meta é colocar o Legislativo como um
poder importante. “Sem um Legislativo forte, veremos o Brasil
enfraquecer”, considera. Para ele, a Câmara e o Senado têm se comportado
como um “puxadinho do Executivo”. O deputado defende que o Congresso
vote temas importantes para os estados, como o veto parcial de Dilma
Rousseff à nova distribuição dos royalties do petróleo e o Fundo de
Participação dos Estados (FPE), que estabelece critérios para o rateio
da verba federal a ser repassada aos governos estaduais.
O deputado acredita que a recente “judicialização” da política, com a
constante interferência do Supremo Tribunal Federal (STF) em temas
legislativos, como no próprio caso dos vetos, comprova a desmoralização
do Legislativo. Por isso, o tucano acredita que é preciso votar temas de
interesse nacional e aumentar a eficiência da Casa. “É uma vergonha
porque o Congresso prefere votar algumas coisas de interesse do
Planalto”, critica.
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