quinta-feira, 30 de setembro de 2010

CAVALO DE TRÓIA - por Heródoto Barbeiro

Heródoto Barbeiro

Em alguns estados brasileiros pode ter um segundo turno para a escolha dos governadores, e até mesmo para a disputa para a presidência da república. No entanto há outras eleições que se encerram no primeiro turno e nem todos estão conscientes disso. As escolhas de dois senadores que vão representar o estado, dos deputados federais e estaduais se encerram no dia três e os resultados começam a ser divulgados na segunda ou terça depois da eleição. Vai ser possível contabilizar a força das bancadas no Congresso e nas Assembléias Legislativas e já se inicia uma ampla articulação política, De um lado os executivos estaduais e federal acomodando a todos em sua base de apoio, de outro os fisiológicos mudando de partido para obter o máximo de benesses possível, e ainda a oposição que vai tentar fechar as porteiras para que não haja uma debandada em direção aos que detém o poder. Isto é histórico e facilmente comprovado por qualquer cidadão que acompanha a formação do quadro político brasileiro.
Entre as novidades que chegam ao processo eleitoral estão os cavalos de tróia. Não são aqueles vírus de computador que, uma vez aceito por um incauto internauta, detonam arquivos, destroem programas ou mesmo capturam dados que podem permitir até mesmo a manipulação de contas bancárias e cartões de crédito. O termo Cavalo de Tróia lembra bem a história contada pelo poeta grego e cego Homero e que se desenvolveu no século VIII antes da nossa era. Na Ilíada, Homero conta que os gregos depois de dez anos de luta contra os troianos desenvolveram um artifício para invadir a cidade de Tróia onde estavam Helena, mulher do rei grego Menelau, e seu seqüestrador o príncipe Páris. Fizeram um grande cavalo de madeira, com um grande bojo oco onde esconderam soldados e deixaram como presente aos troianos. Estes trouxeram o cavalo para dentro da cidade e sem que os seus habitantes percebessem, durante a noite, abriram os portões da cidadela e os gregos invadiram e conquistaram Tróia. Foi um desastre para a população uma vez que a maioria foi passada a fio de espada sem dó e sem piedade.
Foram deixados vários cavalos de Tróia na casa dos incautos cidadãos eleitores brasileiros. A campanha eleitoral,principalmente na tevê, mostrou palhaços, celebridades, cantores de todos os gêneros, jogadores de futebol e outros personagens largamente reconhecidos pela população. São campanhas caríssimas e que certamente vão carrear muitos votos para a legenda partidária. Como isso eles podem se eleger e carregar outros não tão bem votados, uma vez que o voto de legenda também elege. Por isso são cavalos de Tróia, no bojo carregam gente de toda espécie que ficam escondidos.Essa malandragem vai beneficiar alguns que são processados pelos mais diversos crimes e que que precisam do fórum privilegiado para não ir ou não voltar para a cadeia. Alguns campeões de voto estão a serviço de criminosos. Por isso é que o eleitor/cidadão/contribuinte tem que ficar atento. Essas escolhas se decidem no domingo, dia três, não tem segundo turno e uma vez proclamado o resultado nada mais vai se poder fazer, a não ser lamentar a perda de uma oportunidade de sanear a política brasileira e escolher homens e mulheres realmente comprometidos com o interesse público. Sempre é possível fazer alguma coisa para melhorar a situação, os que sabem da importância dessa escolha precisam arregaçar as mangas e começar a falar. Ainda dá tempo. A eleição é no domingo dia três.

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