No primeiro semestre de 2010 foram criados 9.048 novos postos de trabalho nas agências bancárias do Brasil. Mas, atrás das contratações, se esconde um grave problema enfrentado pelos bancários: o aumento da rotatividade na categoria. Só para se ter uma ideia do alto número de demissões no setor, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioecônomicos) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), 18.261 trabalhadores foram despedidos em 2010.
Os salários dos novos contratados são reduzidos em 38%. Eles ganham cerca de R$ 2.2 mil. Já os trabalhadores despedidos ganhavam em média R$ 3.5 mil. Para o secretário de imprensa da Contraf, Ademir Wiederkehr, a queda da massa salarial dos bancários é o principal objetivo dos bancos ao optarem pela alta rotatividade nas agências.
“Nós percebemos que a maioria das demissões são sem justa causa, [porque] hoje os bancários são muito cobrados pelas metas para vendas de produtos. Metas que nós qualificamos como abusivas, que estão mudando o ritmo de trabalho, adoecendo a categoria.”
Os cinco maiores bancos no Brasil lucraram R$ 21 bilhões no primeiro semestre, o maior valor entre todos os ramos da economia. Apesar disso, foram responsáveis por apenas 0,61% dos quase 1,5 milhões de novos empregos gerados no país neste período.
Nunca antes nesse país, como diria Lula, os banqueiros lucraram tanto.
De acordo com matéria do Correio Braziliense, a partir de dados consolidados do próprio Banco Central, as 100 maiores instituições financeiras do país acumularam lucros de R$ 127,8 bilhões entre 2003 e 2009, os sete anos de governo Lula. Nem mesmo a crise econômica que balançou o planeta impediu os lucros do setor. Ao contrário, o setor foi um dos poucos que passaram incólumes e ainda aumentaram seus lucros.
São lucros vindos das taxas abusivas, dos salários arrochados dos bancários e dos juros cobrados aos correntistas, que podem chegar a 13% ao mês no cheque especial. Só para efeito de comparação, a caderneta de poupança rende 0,5% ao mês. Tudo isso embalado numa política econômica do governo Lula que tem nos bancos seus principais privilegiados. Com a chegada da crise no país, no final de 2008, a primeira medida que o governo tomou foi a liberação do compulsório, os recursos que todo o banco é obrigado a depositar no Banco Central a fim de constituir um fundo de segurança em caso de quebra.
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